quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Drive-in


ela pisca pra escrever zuado

e o que ela quer sempre é dar pro namorado

ela nem liga pras regras gramaticais, o teclado vai suave, vai discreto, vai molhado

tem raiva do ponto final, ela quer doidera, quer que entendam, quer carnaval

música boa, cerveja gelada e o banco de trás bem macio

ela quer se preocupar com o carro ao lado, com o câmbio engatado, com o vidro embaçado

quer descer nua porque ficou muito quente e tudo suado

quer a cortina fechada e o drive-in lotado

quer deslizar as mãos no capô, encostar a barriga na lata fria e empinar a bunda

quer ele chegando gostoso sem acreditar

aquela cena de filme, aquele lugar nada a ver

o medo de abrir a cortina e todo mundo saber

da foda tão boa, mas tão boa, que vão ficar parados sem acreditar

e vão sair dos carros aos poucos e vai todo mundo olhar

aquela gata gostosa, pernas abertas dando ao luar

porque canto gostoso mesmo não pode tapar

a lua que olha e ilumina o que o lugar inteiro veio olhar

e então ela nota num susto que ta todo mundo ali

feliz por estar tudo escuro e não descobrir

a cara safada que esconde um meio sorriso

quando ela se inclina pra baixo ele enfia melhor e bem fundo

percebe que vai gozar diante do mundo

gemendo bem alto porque tá gostoso demais

foder com plateia como os animais.











domingo, 14 de julho de 2019

No início da tarde

    Ritmo lento, agora arrastando mesmo, filhos na praia curtindo férias. Mãe acordando ao meio dia depois de varar a madrugada na loucura do nada pra fazer.
    A vida continua pra todo mundo, a dela parou. Vê anúncios, fala com os caras, nada é pra ela, nada se encaixa, parece que vai demorar pra conseguir andar de novo, por ora se arrasta.

    Indo pra academia todos os dias, presente do marido que viu uma provável depressão chegando e resolveu intervir. Fez isso com honra, ela esta cada dia melhor, um corpo duro e lindo como não via a coisa de...sei lá quantos anos. Está linda, lembra a época em que dançava ballet como nunca, está mesmo uma delícia, mas...parece tarde pra ficar assim, é como se não adiantasse. Não há colegas de trabalho pra avaliar a bunda empinada, dizer que está uma gata, não existe vontade de se arrumar muitas vezes ou tomar banho, esta numa fase mendiga, quando faltam quinze minutos pra Ele chegar,  se enfia no banho, ou arruma correndo a casa toda, enfim, está um bagulho de pernão e bunda dura, ninguém quer.

    Procura ficar careta a maior parte do tempo, os filhos ajudam tremendamente, até a hora que viajam pra praia... Nesse momento instala-se "Woodstock". Deve ser meio chato pra ele, a mulher mudando de executiva bem sucedida pra "Janis Joplin sem um puto". Ela não sabe o que fazer.

    É provável que o mundo vire de pernas pro ar a qualquer momento, um novo emprego empolgante, uma nova vida vibrante, muito dinheiro na conta pra galera viajar. Esperar esse momento tem sido a tônica da vida. Primeiro foi "ah a virada do ano!", agora é "ah depois do carnaval!", imagino que o próximo vai ser "ah o início das aulas!", fato é que apesar de engraçado, demora.

    Vontade de trepar, claro que o tempo todo, por acaso você sabe qual é o entretenimento principal dos ociosos? A masturbação, a mental também, e principalmente, mas não a única, graças a Deus.

    Chega em casa suada e vai tomar banho, ficou por cerca de uma hora olhando aqueles homens enormes e determinados, puxando peso para as costas, para os braços, bunda, perna e barriga... já gostava dela antes, agora é um amor quente, quer dar pra alguém lamber, mas alguém que perceba que está lambendo uma iguaria maravilhosa, alguém que veja o mesmo que ela vê. Quando sai do banho, fica na frente do espelho de corpo inteiro, coloca salto alto quando esta nua, faz as poses previstas, é muito sexy. Depois coloca uma de suas minúsculas calcinhas velhas, agora ficam muito lindas, escorregando baixas nos quadris, a barriga chapada começando a mostrar gominhos, a coxa enorme, longa e dura. A bunda é uma capítulo a parte _poderia ficar uma tarde descrevendo a bunda_ ela não é grande, mas também não é pequena, ela é perfeita. Ela olha isso todos os dias, fica com tesão de olhar pra ela mesma...não diziam que isso é auto estima? Ouvi dizer que quando você tem auto estima, tem quase tudo na vida, é como se chegasse ao baú de ouro no fim do arco íris, acho que é mentira. Auto estima faz seu tesão aumentar muito, vontade de sair dando pra todos os homens gostosos que encontra por aí e carente do homem que tem em casa, porque afinal, como Ele não implora para chupar cada pedacinho daquela mulher?! Ele não precisa implorar, ele esbarra com ela a cada vez que vai ao banheiro, sabe que ela vai querer trepar como uma cadela no cio, e que esquece que ele trabalha cedo no dia seguinte e blá, blá, blá.

Será que tem cerveja na geladeira?



quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Desemprego selvagem

Comprei um arma de choque
Oras
Me disseram que pode
Nada de pegar na minha bunda
Minha virilha é pra mais do que você
Vai babar
Vai doer
Vai saber se segurar
Se colocar no seu lugar

Meu corpo é quem escolhe
Meu cérebro escrutina o seu
É assim, baby
Sempre vai ser

Agora to gata
Decidi isso outro dia
Cansei de ser borralheira
De ser coitada
De ser do lar
Resolvi que sou gata
Vou ser de shortinho velho e chinelo
Vou ser no tanque
Na pia
No fogão
Vou ser gostosa porque quero assim
Quando rolar evento vou por um salto
Pintar minha boca de vermelho
Rebolar em outras zonas mais salientes
Mais quentes
Vou molhar com língua ardente
Vou olhar diferente
Vou acordar pouco inocente
Voltar pra pia
Fazer um café quente
A camiseta furada
A calça rasgada
Os pés descalços
A pele boa
E ainda gata, vou sair pra comprar pão

No mais tá tranquilo
É bem louco ficar em casa o tempo todo
Filhos de férias é a melhor coisa do mundo
Acordo a hora que quero
Não dou bronca em ninguém
Saio quando dá na telha
Não pergunto se pode, não olho o relógio
Nem pra ir, nem pra voltar

Os moleques me acompanham
As vezes nem sabem onde vão
Rola sorvete
Rola busão
Rola metrô até umas horas
Rola bater perna por ruas novas
Rola correr na chuva
Pegar condução ensopado
Sentir que o que é desgraça pra uns
Pra outros é engraçado
A melhor parte do dia

Os almoços são monumentais
Outras vezes é lanche de boteco
E a vida corre solta

Do futuro não faço ideia
Confesso que ando devagar com o verbo trabalhar
De trabalho já nem sei se tenho talento
Se tenho vocação, ou mesmo o dom
Sei que erro muito, e por vezes sou genial
Que importa ser genial tantas vezes
Se em outras você é menos do que banal?

Daí que o negócio é ir pra praia
Torrar a grana guardada com o suor da lida diária
Suor derramado às custas do sonho de viajar
O sonho de viver e conhecer, mostrar o mundo
E vai ser uma delícia
Praia é da hora
Desemprego é da hora
Pelo menos até a grana acabar
Como sei que a regra seguida
É a de viver cada dia
Foda-se o futuro, meu foco tá aqui, em outro lugar

https://youtu.be/Pw-0pbY9JeU


quinta-feira, 16 de julho de 2015

Férias...ainda não.

    Folga começando, madrugada, vinho e algo mais...

    Unhas enormes teclam, é a tentativa de ficar linda, de ser perfeita, de curtir a unha. To curtindo.
    O que dizer de uma pessoa que escreve sobre as unhas?

    O corpo fraco e quente. A mente vagante e soberba. O desejo de remar e ser atleta. As férias tardando por chegar.

    O filho mais velho na praia. O marido dormindo com a filha. A esperança que lhe perdoem os pecados.

    O Programa do Jô começando. A vontade de escrever terminando antes da madrugada acabar.

    A vida num ritmo louco. A delícia de ficar mais um pouco aqui, nesse lugar.

    Sendo assim vou deixando coragem, aquele viver sem vantagem, sem andar nem vagar.

    E agora é melhor ficar quieta, porque a rima já ficou bem... sem graça e assim não dá pra sair.

    É desejo daquele poeta, do escritor e do profeta concluir sem cair. Sem cair na armadilha do ego, que se vê maior do que é.

    Mas a gente espera deitado, bem assim sem cuidado, sem ortografia, sem culpa nenhuma pra corrigir.

    Não pensa no mico, no riso e no circo, no que está pra existir.

    E agora vai pro sofá, pra ver a madrugada acabar, sem responsabilidade nenhuma. Só fingir.



 



 




quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Madrugada 2

Amanhã é minha folga, logo, hoje não durmo. O sono até vem, mas espanto, quero que dure mais tempo.
Folga no meio da semana é quase uma sacanagem.

Aqui no Iglu ta bom pra caralho, tem defeitos e gosto deles, tenho me acostumado, driblado, suado,  rebolado... sim.

Pintei as unhas de vermelho, estão um escândalo de lindas.
Não estou saindo.
Diz a lenda que uma amiga ligará amanhã para uma tarde de cerveja e brisa, vamos ver...

O trabalho esta uma delícia... te irritam minhas boas notícias? Mas tá tão gostosinho lá.
Ainda estudando, é difícil impor ritmo. To naquela fase devagar e sempre.

Ando cada vez mais antissocial, hoje mesmo um amigo me lembrou disso.
A verdade é que não são apenas os "poucos e bons", são principalmente os que eu tenho a sorte de ter mais tempo ao lado, aqueles que sou obrigada a conhecer, aqueles que tenho a chance de conhecer. A turma admitida comigo, que ficou um mês em sala de aula antes de começar no trabalho, aqueles  que trabalharam dois anos na antiga empresa, as amigas de colégio... e algumas comissárias pra contar as histórias mais loucas. Se eu não tivesse tido que ficar ao lado deles, não seríamos amigos, certamente eu não conseguiria.

Até tem umas coisas foda acontecendo, sempre tem, mas não vou falar, você não é meu analista.

Ops! Criança acordando! Hora de escapar pra cozinha.








sábado, 4 de outubro de 2014

Madrugada

É tudo assim tão descuidado, não é nada pensado e tampouco explorado, é um impulso fechado, focado em si mesmo, ensimesmado.
É aquela hora de esboço, uma coisa sem gosto, um ímpeto assim.
E vai chegando acanhado, após vinho e platinado, na madrugada, no frio.

Ele vem acompanhado, vem com força, vem carregado de coragem e brio.
E na frieza do branco, sobre a tela o espanto, uma luz tom febril.
Vai na clareza do tempo, que hoje vive presente, sem olhar para os lados,
vai sabendo que errante, deixou de ser vibrante, para ser só mais um.

Então foca de frente, namora as palavras, saboreia o teclado, e molha a buceta,
mas, não fala nada.
É efeito do tempo, da loucura da vida, do passar das horas e do som da TV.
Frustrada ela volta, pro sofá aquecido e espera passar.
Bebe mais vinho e acende mais um, aproveita que é noite, e a noite é só sua, tira uma selfie pra lua.



     

     

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Boca

Entrei no Iglu.
Por que eu entro a hora que quero.

Das alternativas, uma... é o cacete!

Tem dia que de noite é diferente, e tem noite que de dia é diferente, mas tem noite que de dia é tudo igual, e tem dia que de noite é tudo igual.

"Simples assim..."

"SQN"

Verdades de boteco.

Quando tem boteco.

Verdades de uma sala, que adora pensar amarelo.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Piscando

    Sai espevitada, a periquita piscando, cabelo molhado, maquiagem suave e mente vagante, mas não errante. Passa por todos, olha alguns, recebe olhadas e reconhecimento. Foge do reconhecimento do estranho na rua, sabe ficar invisível, mas dá trabalho demais, muita concentração que agora não tem.

   A cantada que mais gosta é aquela que não é dita, e como está piscando, recebe algumas delas. Eles sentem, acabou o sangue, chegou o cio. A calça jeans apertada, a xana um pouco molhada, um cheirinho doce exalando apenas para ávidos amantes da raça, eles sentem sem nem saber o quê. Ela gosta por isso mesmo, sabe que eles não sabem.

    Chega ao trabalho, vai ao banheiro antes de começar, passa a mão com carinho, sente o viscoso nos dedos, prazer de ser fêmea. Chupa o dedo e vai.
    No corredor é sensação, pisca pra um ou outro, fala um oi, dá um beijo aqui e ali e senta. Já sentada sente os pescoços se virando pra olhar, pra conferir, adora e molha.

    Ama os homens, curte as mulheres, e acha todo mundo lindo, principalmente quando está afim.
    Fica facinha, aquela coisinha assim assim.

    Segura a peteca, recolhe a gaiola e fecha a bíblia! Tá todo mundo vendo moça!
    Você é daquelas que não usam calcinha embaixo da saia longa, só pra ficar sentindo tesão o tempo todo, sentada de pernas abertas, o tecido da saia te tocando sem ninguém perceber.
    Eita moça, não faz isso não, o povo não sabe, mas percebe. Eita moça sem noção!






 

sábado, 19 de abril de 2014

Ressaca boa

   Ela acordou com a cabeça estourando, enjoo e uma certa vergonha. Rock'n roll na noite passada, xingou o cara do baixo achando que ele estava tocando guitarra, e muito mal por sinal, só pra lá da metade do show viu o guitarrista meio escondido, mas aí já era tarde. De qualquer maneira o baterista e o vocal davam um show a parte, então entrou nas veias, bateu cabeça até o final, gritou e riu muito.

   O cara que estava ao lado nesta manhã é o mesmo de sempre, estava com ela na balada, coisa rara e apreciada a exaustão. Conseguiu um beijo roubado e mal dado, conseguiu um colo duro e contrariado, quem risse das velhas histórias e casos contados, dividisse as despesas e a delícia de sair para enlouquecer.

_Te dou dez reais se você pegar uma água e um Dorflex _ disse pra ele.
Ele foi, não cobrou nada. Comprou o pão para que tomassem café, ela tomou um banho e vomitou depois, tentou ser discreta pra ele não perceber nada.
Tomaram café e riram da noite passada, ele estava lindo logo cedo, e disposto saiu se exercitando ao sol.
Quando voltou, ela derretia de prazer e manha, sorriso no rosto e cabelos brilhantes. Ele olhava encantado, ela correu pra se fazer bonita e boa, ele dormiu acalmado.
Na cama desfeita os indícios do amor em fogo, do resultado do jogo, do colo cedido, do beijo contido.

Agora ela está lá, se segura pra não acordá-lo nua, se roçando nele todo, pedindo pra não deixar nunca mais acabar.




segunda-feira, 31 de março de 2014

Segunda-feira

A chuva passou, o emprego acabou, o marido brigou, o filho chorou, a mulher menstruou e a espinha estourou.

Daí...

O sol raiou, um novo emprego incrível surgiu, o marido gozou, o filho sorriu, a mulher remou e a pele está ótima!

Muita coisa pra contar, mas espero mais um pouco, quero ter mais e mais, quero inspiração pra fazê-los delirar, quero passar pelas tais provas cruciais, tirar muito dez e voltar pra contar tudo!

No momento vivendo, lutando, remando e gozando, é claro.
A vida é ótima, o pássaros voam lindamente e no rio manso até as capivaras são belas.
Sinto o remo tocar a água, suave e macio, respiro o ar de mais uma manhã que pode ser gelada ou quente, tanto faz, o que importa é ver o sol nascer sempre lindo, é perceber que todas as lições foram aprendidas, e que depois de cada nova prova vem uma bela recompensa.

Emprego novo, estudando inglês feito uma louca e definitivamente aprendendo a remar.

Tesão pela vida, pelos filhos maravilhosos, pelo marido difícil e delicioso, pelos cabelos encaracolados, pelo corpo esguio, solidário e forte, pela família presente e alegre, pelos amigos poucos e sempre, pelos desconhecidos que são fãs, tesão por estar na estrada e nunca desistir de caminhar.

Novamente com as unhas vermelhas, as pernas depiladas e fortes, cabelos macios e brilhantes, sorriso no rosto e sexo na cabeça.

Minhas manhãs são cheias de brisa e homens lindos sem camisa (só pra olhar), volto com o pão quentinho, as crianças me esperam ansiosas, faço o almoço para o meu amor e a noite espero que ele me recompense por tanto esforço bom, quase sempre acontece.

Tem sido legal perceber que as decepções profissionais são importantes e decisivas, são como degraus que sempre sobem,  nunca sei aonde vão, mas se vão pra cima, tudo bem.












segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Flowers

Voltei porque fiquei com saudade de mim
do riso e do choro, as meias verdades...
voltei porque a minha alma clama por expressão.

A rede não me apanha por hora.

Aqui se expressa o mais íntimo
o inacabado, o infinito.

Ainda sem muito foco,
quero a executiva, a mãe e a amante perfeita,
quero a filha ajuizada e a amiga louca, a irmã ausente que se pode confiar,
a nerd que passa em concursos e que ao final da jornada estudará medicina,
aquela que envelhece sem perder a beleza, a gostosa viciada em malhar, já que malhar é lícito.

Quero ser a profissional perfeita, não só a melhor, mas a mais legal e que pelo amor de Deus fique na empresa.

Nada de novo, só tudo de novo.





sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Vadia

Estava em um sonho muito louco, encontrou uns caras do trabalho antigo, pilotos, todos eles.
Voava n'um aviãozinho bem pequeno, tão pequeno que eles se divertiam entrando nas casas das pessoas, olhando pelas janelas, passando pelas salas e cozinhas, rindo muito e adorando. Era noite numa vila, um lugar de praia paradisíaco e cheio de festa, cheio de gringos também, todos na rua ouvindo música alta e bebendo. Depois de pousar e nem ver, estava bebendo com amigos e estranhos do jeito que foi dormir, calcinha e camiseta regata velha_ tudo bem, estava na praia.

Um cara chegou e gostou do que viu, perguntou_Você fuma um?_ ela levou um susto delicioso, estava naquela de promessas para 2014, mas afim de abrir uma exceção_Claro, você tem aí?!_ sonhos as vezes são foda e a gata que estava ao lado dele falou_ Não consegui com o cara não, vou ficar devendo.

Ok, vamos nessa. Curtindo a festa já meio altinha de birita, dançando parada no lugar no meio da multidão. Chegou um cara conhecido, não sabia nem de onde, mas já tinha dado uns beijos nele em outros sonhos com certeza. Ele chegou falando oi e ela adorou, já engatou no pescoço e deu-lhe um beijo na boca gostoso, ele apertou-lhe a bunda macia, desceu os dedos na umidade dela e falou pro cara do baseado perdido_ Cara, que vadia! Vou dar uma volta e você come pra mim até eu voltar, depois me devolve!

Ela queria mesmo beijar os dois, mas não gostou do que ouviu_ toco nos caras, saiu de perto pra beijar outro mais sutil.

Corta pro auditório lotado com pessoas aplaudindo de pé, aquela sensação de ser realmente muito boa no que faz, uma sensação enebriante.
A chefe estava na sala dizendo que ela foi a melhor que já tinha passado por lá e também a pior.

Pensou em Deus... ele colocou diversas situações no caminho, o DDA, o celular que não tocou, uma cancela fechada que ela teve que passar, a personalidade forte, tudo pra fazê-la desviar e chegar a outro ponto ainda mais alto, ainda melhor_ esperança.

Então era isso! Achou a resposta, Deus era o bode expiatório para tudo, quando errava era porque ele a fazia errar, quando acertava, era ele mostrando o caminho... descobriu o porquê da religião.

Acordou e viu o marido lindo, um amor e um medo gigante se apoderaram dela. Será que ele sabia que ela era uma vadia? Será que ele sabia que ela o traia nos sonhos? Será que ele se importava?
Imediatamente soube a resposta_Claro que não, todos traem nos sonhos, é liberado!

Relaxou.

Tentou voltar a dormir, queria estar novamente na festa e encontrar o gatinho que a chamou de vadia.



segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Hiperfoco

Ela estava digitando freneticamente, quando a chefe, a maldita chefe, passou a incumbência maluca:
_"Você terá que fazer a apresentação de cinco de nossos clientes que não irão ao congresso super importante em Brasília, montará as apresentações e as fará para um público seleto e exigente na casa de nosso maior cliente, aquele que mantém a nossa empresa."

Ela disse tudo isso, não com essas palavras exatas, mas era isso, falou por telefone mesmo, assim que ficou sabendo, o congresso seria em exatos três dias...

Então ela estava histérica e ansiosa, hiper concentrada no que seria uma de suas apresentações, e só quem já trabalhou com powerpoint sabe como este trabalho é minucioso.
Desde que ficou sabendo da empreitada vivia em hiperfoco, pra quem não sabe, é um tipo de foco que esta associado a pessoas com déficit de atenção, probleminha desagradável que ela sabia que tinha.
E então neste estado tudo passa a ser secundário, o importante é tão somente o objeto do foco.
Neste momento entra na sala a irritante e eficiente secretária da chefona:
_"Não vou comprar suas passagens e reservar o hotel para a sua viagem a Brasília, você terá que fazer isso, ok? Seu voo e hotel já estão escolhidos."
_"Ok." _ Responde ela rapidamente, e nos dias que se seguem digitando e estudando desesperadamente para dar conta do recado, esquece totalmente que passou por esses poucos segundos de informação vital.

No dia da tal viagem acorda de madrugada, mas não é cedo o suficiente, se desespera, tem que ir a uma reunião com uma cliente gringa antes de ir ao congresso, logo pela manhã. Não sabe o que houve, programou o celular direitinho, fez tudo certo como sempre e ele não tocou. Corre para o telefone, tenta contratar um taxi, não há taxi algum nas imediações aquela hora. Espera e espera, até que não aguenta mais, e mesmo tendo recebido ordens expressas de não utilizar o próprio carro para ir ao aeroporto e assim ter que deixá-lo em pernoite de mais de um dia no estacionamento caríssimo, vai.

É uma segunda-feira, mas não qualquer segunda-feira, é aquela em que o prefeito decretou que as pistas da direita das principais avenidas seriam agora exclusivas aos ônibus, ela que estava mergulhada no trabalho sem ler notícia alguma, não sabia.
Um trânsito monstro antes das seis horas da manhã... só podia ser loucura,  mas sim, era verdade e ela chegou ao aeroporto quando seu avião já taxiava.

Saiu correndo e comprou uma passagem com seu cartão de crédito, não sem ficar com muito medo de ter que pagar pela despesa enorme, além de perder o emprego.
Não conseguiu acompanhar a tal cliente gringa à reunião importante.

Suas apresentações seriam no dia seguinte, então ela assistiu a outras apresentações tentando tatear o terreno em que pisaria, e exausta pegou um táxi rumo ao hotel, o mesmo que sua chefe ficaria e já era uma velho conhecido da empresa.
Chegando lá mais uma surpresa, não havia reserva... como assim?!
Ligou pra Deus e o mundo, falou inclusive com a chefa da chefa, a grandona que morava em Miami, e depois de muita correria, conseguiu um quarto.
Estava pensando na secretária_ Será possível tanta incompetência?! _ esqueceu-se completamente daquele momento que vocês já sabem.

Já noite no quarto de hotel, tentava se concentrar em suas apresentações, procurava erros ortográficos, revisava tudo mil vezes e estudava. Foi quando recebeu mais um telefonema:

_"Um de nossos clientes perdeu a conexão, você terá que fazer a apresentação dele."_ disse a chefe.
_"O quê?!!"
_"É isso, monte esta apresentação agora!"

Correu até o computador como uma doida, o coração aos pulos e fez o que seria a sua sexta apresentação.
 Já tarde da noite a chefe liga novamente:
_"Preciso entregar dois contratos que serão discutidos com a presidência, providencie-os para amanhã as oito horas da manhã."

Acordou as cinco horas da manhã, tomou um banho e colocou a roupa que já estava preparada com capricho, porque ela era caprichosa, ao menos procurava ser. Tomou o café apressadamente e pegou mais um táxi rumo a sede governamental onde se daria o tal congresso muito importante.
Chegou tão cedo que só havia a equipe de limpeza preparando tudo. Montou o computador, procurou uma impressora, muniu-se de telefone e vontade.

A chefona americana chegou pontualmente as oito horas da manhã, sorriu amigavelmente ao vê-la trabalhando freneticamente no auditório. Ela sorriu rapidamente de volta e não parou, detestava interrupções quando trabalhava, e correndo para grampear os contratos, entregou-os dentro do prazo.

As apresentações correram bem, quando estava sobre o palco algo de muito mágico acontecia, dominava aquele ambiente e ficava segura_ coisa rara em sua personalidade vacilante_ as perguntas eram feitas e respondidas com simpatia e precisão, havia um buraco no palco onde antes devia existir uma tomada, e ela enfiou o salto umas duas vezes, cambaleando sem nem ao menos se importar ou olhar a plateia com timidez.
Ignorou sumariamente a presença de suas duas chefes que supervisionavam cada movimento, brincou nas apresentações, divertiu e informou seus ouvintes, e ao final de um dia inteiro de palestras foi aplaudida de pé.

Quando voltou para a sua cidade satisfeita e um pouco mais segura, recebeu uma advertência por escrito e nem ao menos um parco elogio, pelo contrário, haviam palavras injustas e duras naquele papel que teve que assinar, soube que o voo que perdera na realidade nunca havia sido reservado e que o erro fora de sua total responsabilidade, e mesmo ouvindo tudo aquilo, demorou muitas horas até se lembrar daqueles segundos fatais três dias atrás.

Revoltou-se e procurou controlar a explosão que estava surgindo, mas não conseguiu, após assinar a estúpida advertência, jogou-a a mesa da chefe que sentada olhava-a com superioridade e disse:
_"Isso não mudará nada!"_ e dizendo essas palavras saiu rapidamente para não chorar, deixando a chefe atônita.

A chefe nunca soube o real significado dessas palavras, ela sinceramente quis lhe dizer que erraria mais uma, duas, mil vezes, como sempre aconteceu, e que a assinatura de um papel, uma bronca ou coisa parecida, não eram capazes de doutrinar-lhe o cérebro arrogante, prepotente, genial e vacilante.

Após este episódio, deixou de ser olhada como uma promessa e passou a ser vista como um problema.
Problema este que eles eliminarão ainda esta semana.
Sem conseguir dormir ela chora e escreve, desabafa sobre o velho teclado conhecido, pois somente ele não é capaz de julgá-la a incompetente que ela sabe que não é.
E chorando frustrada, termina o texto sem querer terminar.












quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Rio

Fui para o Rio de Janeiro, passei cinco dias lá...






Ainda sob efeito desse lugar mágico...
Acho que não vai passar tão cedo.


sábado, 13 de julho de 2013

Sábado

Coça a mão, vontade de contar, de gritar pro mundo!
É baby vou pros "states", me encher de muamba, falar inglês em Miami (será que rola?) e o melhor de tudo, trabalhar!
Feliz pacas.

Voltou o fogo no rabo, o siricutico animal.

Mas o medo da exposição não passa, minhas idéias, meu texto está contido em mim.
Os leitores foram embora e só voltarão quando sentirem o cheiro do sexo...
Saco cheio dessa "porra" toda.
Que venham novos amigos, novos leitores, novas experiências menos corporais, mais intelectuais!
Afinal, nem só de pão vive o homem, e nem só de pica a mulher.

Você deve estar ficando louco com tanto sobe e desce, tanta complicação, tanta emoção e falta dela.
As vezes só quero foder e as vezes só quero escrever,
as vezes só quero pensar e sempre quero fumar, mas não devo, não posso... raiva disso.

Meus filhos foram viajar, a casa esta um chiqueiro, gosto disso, mas o maridão detesta.
Ele quer uma mulherzinha, gostosinha. cheirosinha e empregadinha... nem fodendo meu bem.

Hoje vou sair pra dançar, quero uma noite sem slow.
Sexo, drogas e rock'n roll, a mistura perfeita.
Depois eu lido com a ressaca moral, o julgamento social e essa idiotice toda.
Segunda-feira é só sucesso, 220 por hora, pique total, arrasando na vontade de arrasar, viver com qualidade, fazer o que tem vontade sem deixar de ser mãezinha, mulherzinha, executivazinha, vadiazinha e empregadinha.

Bom dia sabadão!



quinta-feira, 27 de junho de 2013

Rotina

A vida segue calma e vagarosamente, os acontecimentos são esperados e seguros.
No trabalho tudo bem, surpreendentemente bem, agora gosto muito do que faço, o ambiente, as pessoas, a grana, tudo.
Viagens marcadas e aguardadas sem ansiedade, gosto de saber que viajarei, também gosto de saber que não viajarei muito, apenas o suficiente para desopilar, para me sentir livre da rotina, ficar com saudades do marido e das crianças, ter a sensação de que sou um sucesso profissional. Parece fútil eu sei, mas é surpreendente como as pessoas te tratam bem quando imaginam que você tem um certo sucesso profissional, só de viajar ocasionalmente já traz essa magia, que não é verdadeira, mas tudo bem, é como papo de salão, nada é de verdade, mas agente ri da mentira alheia.

Não estou com vontade de escrever, nada profundo, nada erótico, nada mesmo.
A depressão é a mãe e o pai do bom escritor, quando vem a calmaria, a felicidade amena... chega o ócio intelectual total, ao menos para mim. Acabaram-se as tardes assistindo aos pornôs tão estimulantes, acabou o desassossego tão criativo, acabou a carência por atenção.
Estou mais bem vestida, unhas feitas, cabelos bem cuidados, filhos felizes, chefe satisfeito, mas na cama... ah quanta frieza! Meu desejo maior é dormir. O mal da mulher bem sucedida, falta de tesão constante, confesso que já pensei em dar uma olhadinha nos pornôs novamente, pra ver se dá uma levantada no astral, mas e o tempo pra isso?

Fato é que não curto rotina, deve ser por isso que adoro voar, não há rotina na aviação, pessoas diferentes, cidades diferentes, nuvens diferentes, e a possibilidade de mudança de uma hora para outra torna tudo mais emocionante.

Será que a Angelina Jolie olha para o Brad Pitt e tem vontade de algo mais?
Afinal já foram anos e anos de casados, sei lá quantos filhos e tal...
Não se pode ter tudo, mas ah como eu queria!





segunda-feira, 10 de junho de 2013

Feliz e voando!

Estou voando! Sim, estou voando!! Não mais como comissária de bordo, mas ocasionalmente, como sempre sonhei. Ah, o prazer de voar novamente é indescritível. Neste momento estou em Manaus - AM, ficarei só um dia, ainda bem, porque não aguento ficar longe dos meus filhotes e do meu amor, que aliás esta dando a maior força... eu sei, ele não existe, é um homem realmente especial.

Me emocionei quando decolei a primeira vez depois de dez anos, olhar o céu, as nuvens passando pertinho, turbulência... ah! Tesão!

Tenho mil coisas pra contar, mas tenho que estudar muito,amanhã tenho muito trabalho por aqui, e Deus sabe como quero me sair muito bem.
Feliz demais amigos! Feliz demais!


segunda-feira, 29 de abril de 2013

Voltando a voar

Estou trabalhando, ganhando o dobro do que ganhava antes, mas ainda não sei bem porque, meu trabalho é um enigma pra mim, volto quando tiver mais informações.

To meio de saco cheio disso aqui, meu ex me espiona e as vezes sinto que escrevo pra ele, isso me irrita e me tira a liberdade. Liberdade é muito importante pra mim.

Em casa tudo muito bem, a sogra cuidando das crianças é um tremendo privilégio, mas ainda não sei se a odeio ou não, ela resolve meus problemas e me permite trabalhar com tranquilidade, mas é uma sogra em toda a complexidade e extensão da palavra, é uma chata.

Chatice é algo que estou tentando retirar da minha personalidade, posso ser extremamente instigante, atraente, inteligênte, útil, sexy, prática... mas também posso ser a mais chata das chatas, e consigo isso com o cara que é mais importante pra mim, o maridão. Coitado, ele sofre e por isso estou tentando acabar com essa característica de uma vez. Minha proposta é simplesmente não reclamar, nem da sogra e nem de nada, será possível? Tentarei.

Para deixar de reclamar vou ter que recorrer ao silêncio, por isso não passarei muito por aqui, mas de verdade estou bem. Hoje após o almoço, saberei se vou ao Rio de Janeiro amanhã numa viagem a trabalho, vou e volto no mesmo dia, e nem me interessa ficar por lá, gamo no avião, voar depois de nove anos é um tesão maior do que consigo descrever e estou emocionada. Quero tudo, quero arremeter, quero turbulência, quero tempestade, ah, quero tudo! Do meu trabalho atual, amo o salário e a possibilidade de viajar ao menos uma vez por mês, é um sonho antigo.


terça-feira, 2 de abril de 2013

...

Desce a mão no lugar certinho o sacana, ele já fez isso milhares de vezes, é o motivo de ter pego aquela mulher, ele é mágico com as mãos, tira dela o que jamais nenhum homem tirou. Ela geme, se acaba, ele as vezes segura e não dá o que ela quer, ela então fica ainda mais louca, e quando ele enfia o dedo, seja rápido ou devagar, é como se fosse elétrico, ela praticamente goza naquele momento,  não é necessário quase nada pra fazê-la gozar.

Mas ele faz, faz com a velocidade e intensidade de um atleta, bate na vulva inchada na medida certa. È claro que ela vai chupa-lo depois, e o faz com sofreguidão, com amor de verdade. Ama o pau daquele cara, a loucura dele a deixa ...sôfrega (pra não dizer coisa pior). E ele não deixa barato, beija a outra boca que o olha tão aberta e molhada, mas beija como um verdadeiro amante, beija com adoração, beija com a língua toda... poucos homens beijam essa boca assim, como num verdadeiro beijo, se relaciona com o clitóris como a língua... e a garganta dela.

...

sexta-feira, 29 de março de 2013

O sangue

Ela ficou menstruada, a coisa já não vinha muito bem, explosões constantes, nervos à flor da pele, um horror. Quando o sangue chegou, veio com espinhas no rosto e mais nervosismo, o corpo ficou inchado e dolorido, ela não entendia porque tanta agressividade da natureza, queria, precisava ficar em paz, ainda mais agora...  estava sem grana, tinha que ficar em casa, e para acalmar, só gastando dinheiro no shopping.
Dizem que ela é louca, mas ela sabe que não é verdade, se fosse louca gastaria, mas não gasta, ela segura a onda bem e não gasta nem um real, mesmo sendo um absurdo de difícil.
Vontade de comer, vontade de saciar a carência em restaurantes, em cinema, em viagens...
No segundo dia de sangue, o tesão chega junto com aquela coisa morna, mas ele vem num momento delicado, ela não esta atraente, ela agora esta "repelente", grita e ri histéricamente, ela pira.

Depois de fazer tudo errado, brigar com a síndica imbecil, descarregar no marido gentil, e negligenciar o sentimento de posse dos filhos, ela chega em casa quando todos dormem, inclusive ele. Senta ao computador com aquela coisa piscando... mas falou tanta merda, ficou tão nervosa...
Não aguenta, ela quer pagar pra ver.  Vai lá acordá-lo com carícias e vontade, já tomou um banho gostoso, já fez o que podia pra tirar os vestígios da selvageria toda, daquela humanidade tão visceral. Afinal, ele é muito mais animal que ela, ele é um macho. Ah, graças a Deus, ele é um macho! Testosterona é a droga da vez, é só o que a acalma e a faz dormir.
Ela tem sorte e ele nem reclama, pergunta onde esteve, ela lhe diz tudo, sempre fala tudo e ele adora isso. Ele dá um abraço quentinho de quem estava apenas esperando a tempestade passar,  ela suspira de alívio, se abre como um gato manhoso olhando pra ele com um roteiro mais do que morno nos olhos febris, ele se incendeia... e ela então acha a sua cura. 



terça-feira, 26 de março de 2013

Sem palavras

Não sei o que escrever, estou em um abismo...
As coisas estão normais para todo mundo, menos para mim, mas ninguém sabe.

Notícia ruim:
 Guardei todos os meus posts como rascunho, agora para voltar a tê-los aqui, ACHO que sairão todos com a data da republicação, é triste quando se perde o registro das datas.

Saí do emprego por opção, estava chato pacas, mas pagava as contas, saí para estudar, estudei, estudei, estudei como nunca antes... não passei e fiquei arrasada.
Estou arrasada ainda, consciente da necessidade de voltar a estudar e simplesmente sem forças para isso.
Em casa todos estão bem, amo meu maridão mais que tudo, e tenho mostrado pra ele com línguas e dentes. Ele continua me mostrando com olhares esguios e agora pagando todas as contas sem reclamar. Sem dúvida esta foi a maior declaração de amor que recebi na vida.

Meus filhos são a coisa mais fofa desse mundo inteirinho! Sem mais.

É sério, estou com unhas vermelhas, não por gosto, apenas para impressionar nas entrevistas, que graças a Deus, são muitas.
Subi minha pretensão salarial, e com ela subiu também o nível dos concorrentes, isso tornou tudo mais difícil, mas sigo no propósito de valorizar-me e pedir mais.
Devo ficar assim meio deprê por mais algum tempo, ao menos enquanto procuro trabalho pela enésima vez, mas se der certo, quando conseguir, certamente ficarei ainda mais feliz... já me vejo com lindas roupas e passeando com os meus filhotes em todos os lugares que eles querem... querem muito andar de avião, imagine você, eu que trabalhei num avião durante seis anos da minha vida, hoje não posso levá-los a uma única viagem... é de desanimar.

Fico em casa sozinha todas as tardes, ando fazendo pesquisa na área pornô, quem sabe volto com idéias melhores...



segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Tenho que ir

  Saí do trabalho e foi ótimo, queria muito este tempo pra poder estudar, depois vejo o que fazer. Se o futuro a Deus pertence eu to com ele e sou pé!

  Sem tempo pra pensar em devaneios, erotismo, política e afins, o tempo agora é só do meu objetivo.
  Estou completamente apaixonada por ele, as vezes temo até pela desilusão com a realidade que virá, mas quer saber? A paixão é assim mesmo, e quando é boa mesmo, vira amor. É isso o que espero do meu futuro emprego público, no momento foco em todas as suas qualidades, em tudo o que me trará de bom, e uso todas as minhas armas para seduzi-lo.

  Filhos indo bem, são realmente os remos do barco, já o maridão... ora confiante e apaixonado, ora bravo, estressado e confuso. A confusão dele me deixa insegura, acho chato, mas ele está se adaptando a ter cada vez menos atenção, é necessário, e olha que eu dou atenção até demais, podia ser bem menos se fosse proporcional...

  Agora o risco esta na vagabundagem, é um perigo ficar sem trabalhar, as tardes em casa estão sendo regadas a textos pra ler e testes pra fazer. Na maioria das vezes dou conta, mas confesso que sucumbo em alguns dias, meus amigos estão sempre à disposição, animados pra qualquer coisa e de qualquer jeito, tem coisa melhor?  Depois volto pros livros cheia de culpa.
  Boba... é hora de me jogar, por isso que vou agora.






quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Chat


  Digitava nervosamente diante de todos no trabalho, olhando fixamente para o teclado e tela, tentando se acalmar, tentando achar o porque, ou quem sabe tentando não pensar.
  Começa a piscar o aviso de mensagens, ela olha distraída, não quer conversar com ninguém, não reconhece o nome na tela.
_Olá! _ Diz o homem desconhecido.
  Ela não quer responder, não o conhece, clica no nome para ver o seu perfil, não há fotos, apenas imagens distorcidas e coloridas,  centenas de mulheres adcionadas como amigas. Ela suspira e imagina o que virá, mais um homem apenas interessado em mulheres, tentando um gozo cibernético no mínimo, ou algo assim.    Então resolve responder por curiosidade.
_Oi, te conheço de algum lugar?
_Não, e isso é uma pena! Estou aqui pra resolver isso agora, quero te conhecer!
_E posso saber porquê?
_Porque tenho te observado de longe, já faz algum tempo, sei que você escreve, que é interessante e inteligente, quero te conhecer!
  Essas exclamações contínuas começam a lhe tirar a paciência, já imagina um adolescente do outro lado...
_Ok, estou aqui agora, o que você quer saber?
_Quero saber tudo sobre você, como é a calcinha que está usando, seu perfume preferido, porque rói as unhas e como gosta de dormir, tudo!
  Mais uma exclamação, ela ri e começa a se divertir um pouco.
_Estou com uma calcinha de algodão cinza, meu perfume é o mais doce que tiver na loja, roo as unhas porque gosto e sou nervosa, gosto de dormir com camisetas velhas e largas, só isso.
_Kkkkkkkkkkk Você é ótima!
_Você acha?
_Sim! Posso perguntar qualquer coisa?
_Pode! _ Diz ela, agora mais animada.
_Qual é sua posição preferida e porque, já fez alguma coisa bem maluca, você se depila toda?
_Mas você só quer falar de sexo? Não disse que se interessou porque sou inteligente e gosto de escrever?
_Sim, mas estas coisas que te perguntei são mais legais de saber agora, você falou que eu podia perguntar qualquer coisa?!
_Tá bom vai, mas me diz uma coisa, você está se masturbando ou algo assim?
_Kkkkk não, ainda não, você se importaria?
_Hmmm, não, na verdade faria mais sentido responder tudo isso se você estivesse.
_Ai meu Deus, como é gostosa! To sim meu bem, to com o pau duro bem agora pra você.
_ Tá mas antes me fale uma coisa... Você me conhece pessoalmente?
_Não! Você quer?!
_Ah não, por favor! Quero que você não me conheça, não tenha nenhuma maneira de me achar, e não saiba absolutamente mais nada sobre mim além do que já disse, é isso o que quero de você.
_Eu não te conheço, adoraria mas não, e também não moro no seu país, pode ficar tranquila.
_Como pode provar isso?
_Não posso, você vai ter que se arriscar.
  Ela pensa um pouco, dá mais uma olhada no perfil meio obscuro e decide.
_Gosto de papai/mamãe, mas com o cara de braço esticado,  já fiz várias coisas malucas, você precisa ser mais específico, não me depilo toda não, coça, prefiro apenas o essencial pra por biquini.
_Quando você escreve, em que momento do dia?
  Ela leva um susto, esse cara começa a surpreender.
_Escrevo quando estou no trabalho e sobra um tempo, ou de madrugada quando todos dormem e estou sem sono.
_Você gosta mais em qual horário?
_Gosto mais de madrugada, quando isso acontece é porque estou com inspiração, os textos ficam melhores neste clima.
_Queria poder vê-la de calcinha e camiseta, ainda com cara de sono e indo escrever.
  Ela lembra das vezes em que esteve no computador, no silêncio, no frio da madrugada contrastando com o fogo interno em seu corpo.
_Se eu fosse sua mulher você não faria nada disso, você não gostaria de me ver escrevendo.
_Se você fosse minha mulher eu beijaria seu pescoço e acariciaria seus seios enquanto escreve.
_Se você fizesse isso, não conseguiria escrever.
_Verdade, mas você poderia escrever, eu gostaria de vê-la escrevendo as coisas que escreve, gostaria de presenciar esse momento, e tê-la depois, já quente pra mim.
_Sim, não precisariam preliminares não é, eu já estaria quente o suficiente, mas você deve saber que frequentemente sou banal, e também melancólica, escrevo coisas broxantes também.
_Bobagem, quando escreve esta querendo se expor, se está querendo se expor o momento é sensual, mesmo que diga o contrário.
_Escuta, você não é nenhum adolescente não é?! Porque se esconde?
_Pelo mesmo motivo que você querida.
_Hã... não consegui te fazer gozar não é?
_Você fará agora, vai desligar e fantasiar comigo deitadinha lá na sua cama.
_Estou no trabalho.
_Então terá que guardar sua excitação pra mais tarde, eu não, vou agora! Você é uma delícia meu bem, devia acreditar mais nisso, um dia eu volto... tchau.

  Dizendo isso ele sumiu. Ela ficou lá parada, olhou para os lados, seus colegas de trabalho nada percebiam, e ela estava estranhamente excitada, deliciada com tanta atenção.






 



terça-feira, 25 de setembro de 2012

Fechada para balanço

Caramba, me deu um sentimento tão estranho agora. Estava lendo meu próprio blog e pensando como era inútil, pensando que não há nada interesante pra ninguém nele, só coisas da minha vida, meus sentimentos e tal. Inútil, desinteressante, sei lá, que coisa ruim. Porque alguém se interessaria, porque leria coisas tão banais e corriqueiras? Baixou uma auto-crítica feroz, um desinteresse por mim mesma, eu li e não gostei de nada, achei tudo chato. Pior é continuar escrevendo depois disso... será um certo narcisismo?

Minha vida está um caos completo, a parte boa são as aulas, um tesão, os pequenos que estão bem, de resto sei lá, ta enrolado. Acho que exagerei, não está um caos.

Minha imaginação foi embora, quando estou aqui me sinto perdendo tempo porque não estou estudando, meus pensamentos libidinosos estão cada vez mais fortes, mas não consigo fazê-los sair da minha mente, to com um cabresto literário, uma coisa moral que me faz ficar de boca fechada e dedos quietos com relação a sexo. Mas são só os dedos mesmo, porque minha cabeça fervilha nos momentos mais inesperados. Outro dia foi no hospital, estava na sala de espera e tive uma fantasia brilhante, nem vou contar detalhes porque não tá rolando de me abrir não, mas foi naquele ambiente mesmo, coisa de doido.

Vou colocar o título como hoje? "Fechada para balanço", é, mais ou menos por aí... hmm, balanço... rede...  rsrsrs, to brincando.









domingo, 16 de setembro de 2012

Matemática do mal

Estou no trabalho já faz uma hora e meia, preciso estudar. Hoje fiz uma prova de concurso, ainda não o concurso para o qual estou me preparando. A prova veio muito bem vinda para mostrar minhas deficiências em matemática, foi cruel. Quero logo que ela seja publicada para que eu possa refazer os problemas, com orientação desta vez, porque sei que me saí muito mal.



terça-feira, 11 de setembro de 2012

Começando a epopéia

Hoje foi um dia muito louco, bom, mas antes vou voltar no tempo um pouco.

Lembram que eu ía fazer uma grande festa de aniversário para os meus filhos? Pois é, não fiz, estava adorando pensar na festa, na quantidade enorme de amigos e tudo o mais, mas daí o maridão começou uma faculdade nova, dessa vez uma particular, e nossos gastos aumentaram muito, então cancelei pra gente não se enforcar em dívidas. Achei bonitinho quando meu marido sugeriu fazer um empréstimo só pra fazer a festa, muito doido, mas bonitinha a preocupação dele, queria fazer a vontade da família, daí eu lembrei a máxima que dizemos às crianças sempre "primeiro a obrigação, depois a diversão", melhor assim.

Agora estamos investindo tudo nos nossos estudos, hoje começou meu curso com o objetivo de me ajudar a alcançar a carreira pública que pretendo, adoro pensar a respeito, tenho adorado estudar Direito, é como um vício, um vício bom, mas não fui no curso, embora tenha acordado até mais cedo que o despertador tamanha a vontade de estudar que estou, acontece que tínhamos reunião na escola da minha filha, é uma escola super conceituada, ela conseguiu através de um sorteio disputadíssimo, por isso era impossível faltar, então mais uma vez as necessidades das crianças ficaram na frente das minhas, inevitável, mas eles podem fazer isso sem me tirar o humor, numa boa, fiquei feliz demais com a escola, estou mais ansiosa do que ela e muito, muito feliz pela conquista.

No final de semana fiz a última balada antes de iniciar os estudos que só terminarão em dezembro, fui com o meu maridão, e foi uma delícia, a coisa chata é que bebemos pacas e no final da noite perdi a carteira. Pois é, fiz xixi na rua e tudo o mais a que tenho direito, a bolsa aberta no meio das risadas e desvarios, foi-se e o que mais me doeu foi perder os documentos das crianças tirados enquanto eram ainda bebês, uma pena.

Não fui trabalhar na segunda-feira pra correr atrás de fazer matrícula sem nenhum documento de identificação, nosso país é por demais burocrático, não vejo a hora que as informações sejam todas digitalizadas e todos sejam identificados somente pelas impressões digitais, quando isso acontecer, acabou o tormento de ter que ficar carregando papel e cartões pra todo o lado, não dá pra ser muito rock'n roll desse jeito, não combina.

Essa balada foi muito louca, num lugar sem molecada, dessa vez estávamos entre os mais jovens, o que foi meio estranho, mas não deixa de ser confortável. Percebi que balada de gente mais velha é muito diferente mesmo, acho que vou ter que me adaptar, na verdade pela idade, isso já deveria ter acontecido, mas sempre fui imatura e pelo jeito ainda não passou. O pessoal mais velho é muito menos louco, os mais loucos da balada éramos nós, e isso foi engraçado, esse negócio da carteira é que foi sacanagem, foi o preço que pagamos pela loucura e foi alto demais. Meu marido quando bebe vira outra pessoa, e embora seja um pouco assustador, é excitante, adoro esta outra pessoa dele, não tem jeito, amo cada pedacinho, só de falar já me dá uma coisa quente lá embaixo, oh paixão meu Deus!

Vou estudar de manhã e trabalho de tarde até a noite, meus filhos ficarão com a minha sogra, então não cuidarei mais das lições de casa, dos cursos, da comida,  de nada. Meu filho já está sentindo minha falta eu acho, ele reclama da pegação no pé, mas prefere que eu esteja junto para que consiga estudar, é como eu, funciona melhor sob pressão.
Agora só os verei na hora de pô-los na cama, e isso se conseguir chegar muito rápido em casa, serão meses estressantes, mas estou excitada e cheia de entusiasmo. Quem vem comigo?




sábado, 8 de setembro de 2012

Um sábado sem elogios

Agora começo a ficar cansada dessa babação, é a falta de retorno o que me irrita. Queria mais elogios, mais olhares esguios, mais mãos bobas, mais.
Parece que quanto mais sinto mais quero de volta e menos tenho, isso é um círculo chato, isso sim.
Tudo bem, ele continua sendo uma boa escolha, tenho certeza, mas nada é perfeito não é? Só quando estamos muito apaixonados, ainda estou, mas a realidade... a merda da realidade.

Tenho dezenas de coisas pra falar, mas nada que se possa contar, é, segredos meus caros, a vida também é cheia deles.

Ok, como não há nada de excepcional que se possa falar, quem sabe um pouco de sexo pra deixá-los felizes?!
Tenho pensado nisso últimamente, talvez algo assim meio incosequente, do jeito que mais gosto na verdade, vou trabalhar nessas linhas sujas, molhadas e sadias, quero vê-los duros, quero vê-los loucos, não há coisa que goste mais do que suscitar tesão nas pessoas. Fazer o que, não sou nenhum nobel de literatura nem ciência, gosto de dar tesão nos outros ué?! É o que sei fazer, acho que tenho um certo talento pra isso. Sabe quando você consegue dar tesão no outro só com o olhar? Então, é disso o que falo, você olha o sujeito desconhecido, em qualquer lugar, de longe mesmo, segura o olhar e mostra pra ele suas intenções, ali, sem percorrer seu corpo, nada, apenas com o olhar parado, e ele entende, sabe tudo o que você gostaria de fazer...
Ahhhh, adoro!
Volto com isso, volto logo.

E enquanto estou aqui escolhendo uma bela imagem pra entender este post, ele está lá na cozinha fazendo sushis, as crianças brincam felizes no playground, e eu ainda tento organizar meus sentimentos, ora feliz e satisfeita, ora insegura e nem sei o que mais... Tenho vontade de ir lá e abraçá-lo por trás, beijá-lo na nuca e dizer o quanto o amo, mas de novo? Ainda esperando pelo mesmo, vocês me entendem?


sábado, 1 de setembro de 2012

O presente

Ele veio sem dizer nada, nem uma palavra sequer, um olhar profundo, mas arredio, um silêncio intrigante junto a uma gentileza, um cavalheirismo discreto e me deixou louca.
Fui até ele, numa viagem alucinante que mudaria minha vida. Esperei que ele dormisse e me deitei ao seu lado, assim, como um presente. Ele acordou num susto, me olhou com aqueles olhos sublimes e aceitou o presente com prazer. Me beijou como um menino, usou suas mãos como um homem, me fez sentir tão linda e tão única como nunca antes.
Dormi longe dele e na manhã seguinte cheia de vergonha, desviei meu olhar. Fiquei ali discreta fazendo um almoço na pia da cozinha, ele veio sempre calado, postou-se ao meu lado e me ofereceu ajuda com a louça, numa voz calma, baixa, um sorriso tímido e uma vontade explícita de estar ao meu lado. Fiquei à vontade na hora, encantada com a força de caráter daquele homem tão meigo.

Hoje ele ainda esta lá, sempre calmo e solícito, me espera na cama, me recebe sempre lindo, sempre doce, sempre bem.
As vezes duvido dele, as vezes sinto um medo muito grande de perdê-lo, de não ser verdade, de simplesmente não tê-lo mais. Nessas horas eu choro, não saberia viver, não ía mais querer, nunca mais teria um homem assim ao meu lado porque ele é único.

Quando tudo começou, não tinha idéia de que seria algo tão avassalador, não parecia que seria, sempre foi devagar, sempre foi suave. Fui viajar para fora do país, desprezei o que sentia e o que ele me dava, achei que minha vida não teria prejuízo algum. Mas não durou muito, fiquei fora durante apenas um mês, ele sempre esteve em meus pensamentos por mais que eu não quizesse ver.
Quando voltei ele me esperava no aeroporto, abriu os braços, me recebeu num abraço longo e dolorido de quem esperou por mais tempo do que estive fora. Pedi que ele mudasse minha vida, ele apenas sorriu e concordou.
Sou louca, sou intensa, sou volúvel, sou tudo o que ele não é, e ainda assim ele me ama.

Quando a felicidade chega... dá medo, porque é difícil acreditar.
Eu desejei tanto, rezei e sonhei, até que ela chegou, foi como num sonho.
Agora ele está lá, quente e real, ainda me espera na cama, e toda noite me dou pra ele como um presente.







sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Sexta a noite

Estou em casa... louca pra dançar um pouco de ballet, que saudade dos arabesques...
Meu marido ainda não chegou da faculdade, acredita que ele acabou de terminar uma e já começou outra?!
Japoneses... todos iguais, essa febre de estudar pegou em mim, ainda bem, além de tudo de bom que ele me deu, me ensinou a amar o estudo, a dedicação, e assim vou estudando sem parar, até o dia em que tudo vai dar certo, o resultado esperado há de vir.
As crianças foram dormir na casa da minha sogra, sexta-feira, é o nosso trato, mas não saio mais, não posso perder o foco agora, apesar de toda a vontade de enfiar o pé na jaca, não dá.

Levei mais uma bronca, já estou começando a acostumar, não faz mais efeito. Meu chefe diz que é por causa dos meus estudos, estou com foco em outra coisa e então não dou a mínima para o trabalho... é verdade.

Meu cabelo esta a coisa mais linda do mundo, longo e cheio de cachos brilhantes, estou me achando gata hoje, só falta mesmo voltar para o ballet e deixar tudo muito mais duro e saliente.

Meu marido vai participar de uma competição de jiu-jtsu.
Ai! Ele chegou! Deixa eu sair daqui, depois eu conto, ele detesta me ver escrevendo e contando as coisas todas, rs, nem ligo.

Beijo





segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Madrugada

Noite de corpo quente, saio da cama,
não posso dormir.
Ouço o ressonar de três amores meus,
me seguro no escuro frio para poder ser eu só.
Será o apreço à solidão um egoísmo?
Meu eu, só meu, tão meu.

Partilho o que quero, o que gosto e tolero partilhar,
deixo só pra mim as incongruências, as discordâncias e as indecências.

O sorriso eu dou, a gargalhada eu presenteio,
a melhor gargalhada nunca é só...
Mas o silêncio, esse é bom mesmo sozinho.





domingo, 12 de agosto de 2012

Ballet

Fui no tal aniversário, dancei como uma louca, mesmo, sempre faço isso, na verdade acho que só saio por isso.
As pessoas não costumam dançar de maneira muito louca não, são mais contidas na minha opnião, apenas alguns sobressaem em alguns momentos, é deles a noite. Quando danço, a noite é só minha, não tenho olhos e nem boca, tenho só ouvidos e sensações.
Minha história com a dança é muito antiga, tenho a lembrança de estar na sala, sentada no chão assistindo um filme que falava de ballet, devia ter uns seis anos, fiquei chocada, não conseguia olhar para mais nada. Um pouco antes, aos três anos, estudava numa escola infantil onde haviam aulas de ballet, minha mãe não tinha condição de pagar as aulas na época, eu ficava parada na porta vendo as meninas de uniforme cor-de-rosa, ouvindo o piano e minha fascinação era tanta que a professora permitiu que eu fizesse aulas de qualquer maneira, e lá ficava eu de meias e shorts, em meio as meninas de sapatilhas.
Continuei a estudar conforme ía crescendo, era uma paixão, meus pais se desdobraram para pagar as aulas.
Tinha a melhor "ponta" da escola, subia na sapatilha de ponta com o pé totalmente "quebrado" como uma profissional, matava as outras alunas de inveja, e minha professora de raiva. Mesmo sendo uma bailarina excelente (para os padrões da escola local), era extremamente indisciplinada e encrenqueira, a professora me detestava, mas sempre me colocava em posição de destaque nas apresentações, eu era um sucesso no palco.
Tentei entrar na escola de bailado do Teatro Municipal, mas não consegui que a professora rancorosa me desse as aulas preparatórias, e assim desisti do teste. Paguei com um sonho, a desobediência e arrogância que tive em sua escola, e assim fecharam-se as portas do ballet para mim. Depois disso não fiz mais aulas, mas nunca abandonei a dança. Mantenho minhas sapatilhas em casa e uso com certa frequência, me falta treino e técnica, mas ainda sobra emoção, entrega e beleza, eu sei disso, mesmo que hoje dance sem platéia alguma.
Alguns amigos não fazem idéia desta minha paixão, deste verdadeiro dom pela dança, acham que sou tão somente uma maluca qualquer que de alguma forma vai pra pista e dança bem. As vezes acho que este meu apego pela noite se dá apenas porque é o momento onde posso dançar, por pra fora essa coisa forte que começa nos pés e não termina enquanto a música não acaba.
Quando morei na Espanha, mandei fazer um par de sapatilhas de ponta profissionais pretas, são lindas, e as vezes finjo que estou no teatro diante de uma platéia que como eu se emociona com o ballet, só meus filhos são testemunhas disso, eles até curtem, mas sabem que quando a mãe começa a dançar com as sapatilhas pretas, não adianta mais chamar...
Entre os sonhos guardados com a aprovação no concurso que prestarei, está o sonho de voltar a fazer aulas, desta vez junto com a minha filha (que detesta ballet), mas será obrigada a fazê-lo, ao menos por algum tempinho, só o suficiente para ganhar força, elegância, postura e flexibilidade característicos desta arte, depois ela pode ir embora, já eu desta vez pretendo ser obediente, e nunca mais sair da escola.




sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O convite irrecusável

Dia estranho o dia de hoje, não consegui estudar nada, trabalhei o tempo todo, não rolou, vou ver se consigo retomar no final de semana.

Sei que ando um pouco superficial, mas não to conseguindo escrever mais nada. Será que é porque ando estudando? Não hoje, mas todos esses dias.Pode ser só fase mesmo, daquelas que não passam, é muito chato.
 Hoje é aniversário de um grande amigo meu, baladíssima, imagina se eu não vou? Of course baby!
Convidei o maridão, resposta: não.
Ok, saio do trabalho, direto para o salão, farei uma escova pra dar um up no visual, obrigatório, depois compro uma camiseta porque estou com roupa de trabalho, encontro com meus amigos na casa/república e vamos juntos para o festão!

Pensei que fosse ficar com meus bacuris no recanto do lar, mas eles parece que curtem dormir na casa da avó sexta-feira , eu deixo só neste dia porque no dia seguinte eles não tem aula, hmmm, estando bom para ambas as partes...

Como eu queria meu maridão na balada comigo! Tentarei não chegar tão tarde desta vez, assim consigo acordá-lo e lhe dar um pouco do gostinho da noite...

Vocês viram que eu tentei, mas não se pode dizer não ao convite de um grande amigo, não no aniversário não é mesmo?!

Depois conto todos os detalhes, podem deixar.

Beijos queridos, boa sexta para todos!












sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O concurso

Quero uma carreira pública, me preparo para um concurso, venho estudando já faz tempo, entre uma balada e outra, uma recaída aqui outra acolá nesta vida boêmia que adoro, mas agora o papo é sério, concurso chegando, e decidi parar com isso de uma vez por todas, o objetivo é tão mais importante, e além do mais, já curti muito na vida, da pra parar agora sim, não vejo a hora de poder dar tudinho pros meus filhotes, poder viajar mais com o maridão... então resolvi pegar durinho desta vez, torçam por mim por favor, vou precisar de toda a ajuda possível pra conseguir isso.

Só vim pra pedir isso, ouvi dizer que quanto mais gente sabe do que você quer, mais o universo conspira a seu favor.
Agora torço pro mundo inteiro ler este post.

Depois eu volto com resultados.



sábado, 28 de julho de 2012

Ontem

Então ontem saí, me deixei seduzir pela noite como um gato.
As vezes me escondia em becos, subia em muros e observava,
quanto mais animado melhor.

Fui na casa do meu amigo e a galera de lá foi pra outro "role",
me encontrei com minha amiga que estava acompanhada e aos beijos já.
Entramos na boa e velha casa escura, tava rolando um show de rock'n roll que a muito eu não via tão bom,
dancei, dancei e dancei, bateria, baixo, guitarra e voz, não precisa mais nada, banda afinada e desvairada, parece propaganda mas eu tenho que falar, Zabomba é o nome da banda de ontem, pirei.

Depois fomos pra pista de cima onde tocava "trance", foi o que me disseram, sei que com uma luz incrível e tocando de tudo e inclusive The Prodigy, dizer que dancei foi pouco, e a sensação de corpo cansado de balada agora é orgásmico.

Pra fechar a noite, mostrei pro meu amor que efeito um presente de aniversário como esse pode ter.
É foda mas é verdade...
Sexo, drogas e rock'n roll baby!






Pra fech

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Tilt

As crianças foram para praia com meus pais, último final de semana de férias, minha cabeça está uma confusão e me esqueci de coisas importantes, e o pior de tudo, importantes para os meus filhos, como agasalho, sunga, escova de dentes...

Acordei sem vontade de fazer as malas, permiti que eles arrumassem as próprias coisas, dei alguma orientação, mas relaxei bem mais que o habitual. Ouvimos ópera, Adele e Roberto Carlos que o meu filho adora, aprendeu com a avó, tomamos café bem tarde e sem pressa, não arrumei nada, e estranhamente arrumei minha cama, mais pelo meu marido eu acho, do que propriamente por mim.
Algo consome minhas energias e minha atenção, isso não pode continuar assim, estava estudando com afinco, agora mal consigo ler uma folha inteira.

As aulas começam dia primeiro e já estou apostando na força da volta à rotina pra tentar mais uma vez, pra marcar mais uma data de início, de recomeço.
Será que meu filho vai me perdoar por esquecer o agasalho dele? Será que ele sabe que eu o amo demais, apesar disto?

Meu aniversário é segunda-feira e é bem provável que eu beba, não é muito a minha praia, mas enfim, preciso mesmo me afogar,  nem sei bem porque, ou pra quê?
Que se dane, a pequena garrafinha de vodka gasosa eu adoro.

Ainda não consigo parar de pensar no meu filhote, no frio que esta fazendo agora, nos meus pais putos porque terão que sair pra comprar uma blusa, e no quanto terei de mudar...


quarta-feira, 25 de julho de 2012

Impulsiva

Tudo corre bem, sem tropeços ou novidades, meu aniversário está chegando, não gosto dele, nunca gostei, acho uma bobagem contar o tempo, desnecessário e desleal, pessoas deveriam ser somente o que são, o que parecem ser, sem números, nada que as cataloguem e as coloquem em situações desagradáveis por conta da idade e da classe que determinaram para cada idade. Acho um saco.

Não gostaria que viessem me parabenizar pelo aniversário, tampouco quero uma festa porque ele chegou, mas quero sim sair para me despedir da idade que tenho, assim como uma "despedida de solteira", só que para esta meu marido está convidado, é claro.

Então, (estou sem assunto hoje), conversando com um amigo que disse-me que esta se sentindo um "adulto" só agora as vésperas de completar vinte e seis anos, e me perguntou quando foi que senti o mesmo. Disse-lhe que isto aconteceu quando nasceu o meu primeiro filho, pensamos que talvez tenha sido tarde demais, e que minha vida talvez tivesse mais "sucesso" se eu tivesse sido uma adulta com muito menos idade do que isto. Daí ele me disse que para isto eu teria que ter rido menos. Então pessoas mais competentes e menos imaturas riem menos? Que triste, gosto tanto de rir...
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 O dia seguinte...
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Fiz uma coisa doida e me dei conta tarde demais, estou organizando a festa de aniversário dos meus filhos, farei os dois juntos. Ao buscar os amigos no facebook para avisá-los do evento, me empolguei e convidei quase todos os amigos, e ainda faltam todos os amiguinhos da escola, acho que estou ferrada. E se vier todo mundo? No salão do meu prédio cabem no máximo umas cem pessoas, e isto já seria uma confusão e tanto...

Bom, convidei com um  mês de antecedência, se eu não tocar mais no assunto, talvez os amigos que se lembrarem e comparecerem sejam mesmo os mais especiais?!

Aguardem novas notícias.











segunda-feira, 2 de julho de 2012

Esqueça

Mente dispersa, confusa, chapada...
Vai trabalhar assim, vai dar merda, deu.
Não lembra de nada, não entende nada, preguiça de fazer, preguiça de entender,
preguiça.
Toca o foda-se, levanta e vai ao banheiro,
passa uma água no rosto, vê se a vontade aparece, faz um xixi.
Não passa, o telefone toca,
não dá, não rola,
desliga ele, desliga agora.
O chefe reclama, não é chefe a toa,
ele sabe, ele sente, ele nota,
mas não sabe nada, não manja nada, embota.
Vontade de ir pro carro, vontade de ir pra casa, vontade de ir pra sempre.
Dane-se você, não sabe que gente é assim?
Pensa que sabe tudo, pensa que é fácil, pensa que é forte,
é fraquinha viu, e curte assim,
não quer trabalhar, não liga pra sua empresa,
não quer sua promoção ou seu salário,
quer só um pouco de paz, curtir esse dia lindo de sol,
ouvir o riso das crianças no playground,
esquecer que é segunda-feira.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

A Chef

Tive dias tensos, briguei com uma colega de trabalho que me provocou, quase saí na mão com meu chefe (exagero, lógico) e pra piorar, voltei a fumar, coisa que tinha prometido não fazer, muito nervoso afinal.
Recebi uma mensagem do meu pai, mensagem bronca sabe, aquela do tipo pra te abrir os olhos com carinho, coisa de pai, estou precisando acho, preciso aprender a engolir sapos.
No meio de tanta turbulência emocional e profissional, no casamento encontramos a paz, o amor e o tesão vêm junto, amizade, admiração. Delícia esse meu sansei.

Agora no trabalho também esta ficando legal de novo, arestas aparadas, promessas de esforço de ambos os lados, sinto o sabor do desafio, uma vontade enorme de ser muitíssimo competente, calma, equilibrada, funcionária ideal. Como é difícil meu Deus! Ao menos pra mim, pra outros parece tão fácil! Inveja da competência alheia...

Comprei uma mesa nova para a sala de jantar, conjunto com buffet e tudo, muito linda, de madeira escura, estilo "country". As crianças estão crescendo, comendo mais e melhor, nossa antiga mesa redonda já estava pequena para os almoços, lições de casa e diversos trabalhos escolares.  Minha casa esta ganhando cada vez mais ares de família constituída. Coloco as travessas mais lindas no centro, capricho na apresentação e ensino meus filhotes a se portarem direito e agradecerem a comida que temos. Nunca comemos em silêncio, as crianças falam o tempo todo, graças a Deus.
Atualmente falam sobre a novela "Carrosel", aquela feita por crianças. É um barato, eles assistem quando estou no trabalho, depois contam-me com riqueza de detalhes e interpretações. Meus noveleiros adoráveis.

Sem medo agora, só correndo muito e pensando sempre no que farei para o almoço do dia seguinte, o maridão almoça com agente, entre outras armas que uso, começo a luta pelo estômago, gosto quando consigo um nocaute, ele satisfeito passando a mão na barriga, me olhando com aqueles olhos puxados sem dizer uma palavra...

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Satisfações

Não sumi, só estou meio reclusa, vivendo, feliz numa boa.
Meus conflitos não são tão graves, meus assuntos não são tão cultos e nem tão puros.
Mas sem verdades ou mentiras, momento disperso e intuitivo, só meu.

Amigos aparecendo, outros insistindo em se esconder.
Parentes amados, amando a distância, resultado de calma,
a família é a primeira a estar presente quando as coisas não estão bem.

Marido, nossa, sem palavras, muita paixão por esse marido.
Meus filhos são meu ar, nem menos, nem ao menos.

E assim vou indo, volto logo pra dizer
pra contar, pra saber e me encontrar.

Não era pra ser poesia, mas me empolguei.
Bem pouco é verdade,
o momento não é de muitas palavras, nem inspiração.

Tudo bem, meu silêncio não será em vão.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

domingo, 20 de maio de 2012

Ficar com eles

É domingo, estou no trabalho novamente. Tive um final de semana ótimo junto com meu marido e filhos, mas sinto uma angústia enorme, não quero trabalhar. Estava vendo um filme, "A Troca". Não consegui ir até o final, filmes que falam de morte ou desaparecimento de filhos me apavoram, e agora tudo o que quero é voltar pra casa, pra perto dos meus, e nunca mais ter que sair de casa ou de perto deles.

Meus pais estão ficando velhos, tenho tido medo de ficar sozinha, parece que quando os pais morrem é assim que agente fica, sozinho. Quando tenho algum problema e estou neste trabalho de merda, é a minha mãe que cuida dos meus filhos pra mim, desta maneira consigo ficar tranquila, pois sei do amor imenso que ela nutre por eles. Quando tenho dificuldades maiores recorro ao meu pai, ele me ajuda muito, até mesmo quando eu não peço, me dá uma sensação de proteção que não sei viver sem ela, o papai é minha coluna vertebral.

Depois que tive filhos tive que me tornar uma mulher adulta, mas ultimamente me sinto como uma criança quando estou com medo por eles, ou com medo do futuro.
É um medo muito grande, uma coisa que aperta o meu peito, me deixa sem ar. Não consigo conversar sobre isso com o meu marido, sempre tão racional, não me da colo e nem sequer ouvidos.

Meu sonho era ter dinheiro o suficiente para lhes garantir a boa escola que tenho que pagar, seus cursos, suas roupas, passeios e tênis, tudo sem precisar sair para trabalhar. Tenho ficado mal com as noites perdidas no trabalho. Neste sábado foi minha folga, vivi aquela noite ao lado deles como se fosse uma dádiva, e eles agem da mesma forma. Ficam tentando se manter acordados para que dure mais o tempo que estamos juntos, estão inseguros e carentes, e não posso fazer muita coisa já que eu também estou, insegura por eles e carente deles.

Não estou aguentando mais, quero sair daqui, quero correr pra casa e nunca mais voltar, quero estar ao lado deles e pô-los para dormir todas as noites, contar uma bela história e ouvir seus sorrisos antes do ressonar.
Quero poder viver sem medo.

Nos falamos todas as noites antes que eles se deitem, ao telefone tudo parece normal, mas num domingo como este, está doendo muito pra mim.

domingo, 13 de maio de 2012

Um homem para chamar de amigo

Ele estava ficando no ponto, fazia elogios, falava em sutilezas, expunha sabedoria e cúltura, até que começou a falar sobre o seu tesão, neste momento ela ficou tensa, achava que com ele seria diferente, mas não.

Era maravilhoso ser bela, ter este poder sobre os homens, fazê-los felizes com sua presença e atenção, suscitar o desejo, a admiração, a curiosidade, mas ainda faltava uma certa distância, o reconhecimento da sua vontade, o respeito ao que ela havia escolhido como modo de vida.

A mente irrequieta, o corpo num fogo constante, a paixão pelos homens e sua forma de agir e pensar, isso fazia dela bastante atraente, mas o que os incendiava e os deixava mais audociosos e corajosos para se aproximar e se arriscar, era a profundidade dela,  larga, enorme e sem barreiras para segurá-los.

E assim ela os perdia, um a um.

Eles chegavam, a princípio apenas cavalheiros diante do interesse de uma bela mulher, e após iniciar um diálogo, logo se interessavam e dali a pouco tempo vinha o tesão, e quando o desejo chega ao corpo de um homem, ele deixa de ser amigo para se tornar um caçador, satisfazendo o falo duro que manda no corpo todo, inebriando a mente por completo. E quando já cansada de tentar afastá-los com delicadeza, ela os lembra da sua condição de esposa e mãe,  para eles é quase um incentivo, e de nada adianta. Ela então usa sua última cartada, aquela que os afasta definitivamente, fala do amor pelo homem escolhido, do quanto só consegue se entregar aos devaneios eróticos nas mãos deste único homem.

Com o território demarcado por um macho imponente na vida, mente e corpo daquela mulher, eles fogem frustrados e raivosos, a admiração dá lugar ao desprezo, a curiosidade vira desinteresse completo, e mais uma vez ela perde a chance de ter um amigo de verdade.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Mãe

Difícil escrever, só to passando por aqui pra não pensarem que eu desisti de tudo, é um bloqueio total, sem inspiração para escrever nada.

Em casa esta tudo bem, curtindo a maternidade e numa boa com o maridão amado. No trabalho, bom, nem vou falar muito pra não dar zica, mas as coisas se acalmaram agora, já ficou bem ruim, uma pressão absurda por uma competência que ainda estou aprendendo a ter, complicado, mas possível, vou dar conta sim, se Deus quiser.

Fazendo regime pra ficar fininha, e esquentando os tamborins pra voltar a malhar, ainda não tive coragem.

Meu marido me "sugerindo" estudar, minha mãe dizendo que até paga meu curso de inglês, e eu querendo ficar em casa com meus filhotes, não por socego, mas porque quem vai cuidar das lições de casa, dos dentes escovados, dos "dodóis" e etc?
Acho que se eu fosse uma daquelas mulheres ricas não teria babá, empregada pra me ajudar na limpeza e na comida, sim, com certeza, mas babá? Não, só quando quisesse ir para a balada, daí seria muito bem vinda.

Hoje a maior correria, fazendo almoço, ajudando meu filho na tarefa e a minha pequena me pede pra brincar com ela, com uma carinha que vocês não podem imaginar, daí larguei tudo por quinze minutos, e fui lá ajudá-la a por roupa nas bonecas, coisa que também adoro, ela ficou tão feliz que valeu a pena correr o triplo depois.

Descobri que minha chefe me ama, que ótimo, eu também a amo, ela é uma fofa, uma senhora uruguaia que fala comigo como se fosse minha vó, me defende nas reuniões, e estou trabalhando feliz ao lado dela, as pressões são grandes, mas ao menos o clima no trabalho esta muito bom, tenho dado muita risada com meus colegas que são em sua maioria gringos, e rimos muito das dificuldades com os idiomas português e espanhol, inglês então nem se fala! A coisa mais divertida é ter que falar com um chinês em inglês, ou com um indiano, praticamente voltamos a ser como crianças que estão aprendendo a falar, é divertido.

Feliz por estar chegando o dia das mães, parece bobagem, mas esta data vêm com uma carga emocional braba, além do mais, só se entende a mãe depois de sê-lo, por isso minha vontade é expressar toda a minha admiração e respeito por essa mulher que me ama tanto e cuida de mim até hoje.
Minha mãe não existe, quando eu estava grávida da minha filha, resolvi fazer um curso de corte e costura (não estava trabalhando no momento), daí ela mesma foi comprar todo o material necessário para o tal curso, quando peguei o caderno não acreditei, estava encapado com aquele plástico vermelho quadriculado do tempo da infância, etiqueta bonitinha com o meu nome escrito em uma linda letra de professora, a tesoura estava com o meu nome e os demais materiais também. Seria ridículo se eu não estivesse grávida pela segunda vez, já plena da emoção de ser mãe e cuidar de outro ser humano para o resto de minha vida, algo inenarrável. Após esta experiência, deixou de ser ridículo para ser lindo. É amor, puro e feroz.

Será por isso meu bloqueio?  Momento maternal, foco nos filhotes e ponto final.