sábado, 19 de abril de 2014

Ressaca boa

   Ela acordou com a cabeça estourando, enjoo e uma certa vergonha. Rock'n roll na noite passada, xingou o cara do baixo achando que ele estava tocando guitarra, e muito mal por sinal, só pra lá da metade do show viu o guitarrista meio escondido, mas aí já era tarde. De qualquer maneira o baterista e o vocal davam um show a parte, então entrou nas veias, bateu cabeça até o final, gritou e riu muito.

   O cara que estava ao lado nesta manhã é o mesmo de sempre, estava com ela na balada, coisa rara e apreciada a exaustão. Conseguiu um beijo roubado e mal dado, conseguiu um colo duro e contrariado, quem risse das velhas histórias e casos contados, dividisse as despesas e a delícia de sair para enlouquecer.

_Te dou dez reais se você pegar uma água e um Dorflex _ disse pra ele.
Ele foi, não cobrou nada. Comprou o pão para que tomassem café, ela tomou um banho e vomitou depois, tentou ser discreta pra ele não perceber nada.
Tomaram café e riram da noite passada, ele estava lindo logo cedo, e disposto saiu se exercitando ao sol.
Quando voltou, ela derretia de prazer e manha, sorriso no rosto e cabelos brilhantes. Ele olhava encantado, ela correu pra se fazer bonita e boa, ele dormiu acalmado.
Na cama desfeita os indícios do amor em fogo, do resultado do jogo, do colo cedido, do beijo contido.

Agora ela está lá, se segura pra não acordá-lo nua, se roçando nele todo, pedindo pra não deixar nunca mais acabar.