quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Chat


  Digitava nervosamente diante de todos no trabalho, olhando fixamente para o teclado e tela, tentando se acalmar, tentando achar o porque, ou quem sabe tentando não pensar.
  Começa a piscar o aviso de mensagens, ela olha distraída, não quer conversar com ninguém, não reconhece o nome na tela.
_Olá! _ Diz o homem desconhecido.
  Ela não quer responder, não o conhece, clica no nome para ver o seu perfil, não há fotos, apenas imagens distorcidas e coloridas,  centenas de mulheres adcionadas como amigas. Ela suspira e imagina o que virá, mais um homem apenas interessado em mulheres, tentando um gozo cibernético no mínimo, ou algo assim.    Então resolve responder por curiosidade.
_Oi, te conheço de algum lugar?
_Não, e isso é uma pena! Estou aqui pra resolver isso agora, quero te conhecer!
_E posso saber porquê?
_Porque tenho te observado de longe, já faz algum tempo, sei que você escreve, que é interessante e inteligente, quero te conhecer!
  Essas exclamações contínuas começam a lhe tirar a paciência, já imagina um adolescente do outro lado...
_Ok, estou aqui agora, o que você quer saber?
_Quero saber tudo sobre você, como é a calcinha que está usando, seu perfume preferido, porque rói as unhas e como gosta de dormir, tudo!
  Mais uma exclamação, ela ri e começa a se divertir um pouco.
_Estou com uma calcinha de algodão cinza, meu perfume é o mais doce que tiver na loja, roo as unhas porque gosto e sou nervosa, gosto de dormir com camisetas velhas e largas, só isso.
_Kkkkkkkkkkk Você é ótima!
_Você acha?
_Sim! Posso perguntar qualquer coisa?
_Pode! _ Diz ela, agora mais animada.
_Qual é sua posição preferida e porque, já fez alguma coisa bem maluca, você se depila toda?
_Mas você só quer falar de sexo? Não disse que se interessou porque sou inteligente e gosto de escrever?
_Sim, mas estas coisas que te perguntei são mais legais de saber agora, você falou que eu podia perguntar qualquer coisa?!
_Tá bom vai, mas me diz uma coisa, você está se masturbando ou algo assim?
_Kkkkk não, ainda não, você se importaria?
_Hmmm, não, na verdade faria mais sentido responder tudo isso se você estivesse.
_Ai meu Deus, como é gostosa! To sim meu bem, to com o pau duro bem agora pra você.
_ Tá mas antes me fale uma coisa... Você me conhece pessoalmente?
_Não! Você quer?!
_Ah não, por favor! Quero que você não me conheça, não tenha nenhuma maneira de me achar, e não saiba absolutamente mais nada sobre mim além do que já disse, é isso o que quero de você.
_Eu não te conheço, adoraria mas não, e também não moro no seu país, pode ficar tranquila.
_Como pode provar isso?
_Não posso, você vai ter que se arriscar.
  Ela pensa um pouco, dá mais uma olhada no perfil meio obscuro e decide.
_Gosto de papai/mamãe, mas com o cara de braço esticado,  já fiz várias coisas malucas, você precisa ser mais específico, não me depilo toda não, coça, prefiro apenas o essencial pra por biquini.
_Quando você escreve, em que momento do dia?
  Ela leva um susto, esse cara começa a surpreender.
_Escrevo quando estou no trabalho e sobra um tempo, ou de madrugada quando todos dormem e estou sem sono.
_Você gosta mais em qual horário?
_Gosto mais de madrugada, quando isso acontece é porque estou com inspiração, os textos ficam melhores neste clima.
_Queria poder vê-la de calcinha e camiseta, ainda com cara de sono e indo escrever.
  Ela lembra das vezes em que esteve no computador, no silêncio, no frio da madrugada contrastando com o fogo interno em seu corpo.
_Se eu fosse sua mulher você não faria nada disso, você não gostaria de me ver escrevendo.
_Se você fosse minha mulher eu beijaria seu pescoço e acariciaria seus seios enquanto escreve.
_Se você fizesse isso, não conseguiria escrever.
_Verdade, mas você poderia escrever, eu gostaria de vê-la escrevendo as coisas que escreve, gostaria de presenciar esse momento, e tê-la depois, já quente pra mim.
_Sim, não precisariam preliminares não é, eu já estaria quente o suficiente, mas você deve saber que frequentemente sou banal, e também melancólica, escrevo coisas broxantes também.
_Bobagem, quando escreve esta querendo se expor, se está querendo se expor o momento é sensual, mesmo que diga o contrário.
_Escuta, você não é nenhum adolescente não é?! Porque se esconde?
_Pelo mesmo motivo que você querida.
_Hã... não consegui te fazer gozar não é?
_Você fará agora, vai desligar e fantasiar comigo deitadinha lá na sua cama.
_Estou no trabalho.
_Então terá que guardar sua excitação pra mais tarde, eu não, vou agora! Você é uma delícia meu bem, devia acreditar mais nisso, um dia eu volto... tchau.

  Dizendo isso ele sumiu. Ela ficou lá parada, olhou para os lados, seus colegas de trabalho nada percebiam, e ela estava estranhamente excitada, deliciada com tanta atenção.






 



terça-feira, 25 de setembro de 2012

Fechada para balanço

Caramba, me deu um sentimento tão estranho agora. Estava lendo meu próprio blog e pensando como era inútil, pensando que não há nada interesante pra ninguém nele, só coisas da minha vida, meus sentimentos e tal. Inútil, desinteressante, sei lá, que coisa ruim. Porque alguém se interessaria, porque leria coisas tão banais e corriqueiras? Baixou uma auto-crítica feroz, um desinteresse por mim mesma, eu li e não gostei de nada, achei tudo chato. Pior é continuar escrevendo depois disso... será um certo narcisismo?

Minha vida está um caos completo, a parte boa são as aulas, um tesão, os pequenos que estão bem, de resto sei lá, ta enrolado. Acho que exagerei, não está um caos.

Minha imaginação foi embora, quando estou aqui me sinto perdendo tempo porque não estou estudando, meus pensamentos libidinosos estão cada vez mais fortes, mas não consigo fazê-los sair da minha mente, to com um cabresto literário, uma coisa moral que me faz ficar de boca fechada e dedos quietos com relação a sexo. Mas são só os dedos mesmo, porque minha cabeça fervilha nos momentos mais inesperados. Outro dia foi no hospital, estava na sala de espera e tive uma fantasia brilhante, nem vou contar detalhes porque não tá rolando de me abrir não, mas foi naquele ambiente mesmo, coisa de doido.

Vou colocar o título como hoje? "Fechada para balanço", é, mais ou menos por aí... hmm, balanço... rede...  rsrsrs, to brincando.









domingo, 16 de setembro de 2012

Matemática do mal

Estou no trabalho já faz uma hora e meia, preciso estudar. Hoje fiz uma prova de concurso, ainda não o concurso para o qual estou me preparando. A prova veio muito bem vinda para mostrar minhas deficiências em matemática, foi cruel. Quero logo que ela seja publicada para que eu possa refazer os problemas, com orientação desta vez, porque sei que me saí muito mal.



terça-feira, 11 de setembro de 2012

Começando a epopéia

Hoje foi um dia muito louco, bom, mas antes vou voltar no tempo um pouco.

Lembram que eu ía fazer uma grande festa de aniversário para os meus filhos? Pois é, não fiz, estava adorando pensar na festa, na quantidade enorme de amigos e tudo o mais, mas daí o maridão começou uma faculdade nova, dessa vez uma particular, e nossos gastos aumentaram muito, então cancelei pra gente não se enforcar em dívidas. Achei bonitinho quando meu marido sugeriu fazer um empréstimo só pra fazer a festa, muito doido, mas bonitinha a preocupação dele, queria fazer a vontade da família, daí eu lembrei a máxima que dizemos às crianças sempre "primeiro a obrigação, depois a diversão", melhor assim.

Agora estamos investindo tudo nos nossos estudos, hoje começou meu curso com o objetivo de me ajudar a alcançar a carreira pública que pretendo, adoro pensar a respeito, tenho adorado estudar Direito, é como um vício, um vício bom, mas não fui no curso, embora tenha acordado até mais cedo que o despertador tamanha a vontade de estudar que estou, acontece que tínhamos reunião na escola da minha filha, é uma escola super conceituada, ela conseguiu através de um sorteio disputadíssimo, por isso era impossível faltar, então mais uma vez as necessidades das crianças ficaram na frente das minhas, inevitável, mas eles podem fazer isso sem me tirar o humor, numa boa, fiquei feliz demais com a escola, estou mais ansiosa do que ela e muito, muito feliz pela conquista.

No final de semana fiz a última balada antes de iniciar os estudos que só terminarão em dezembro, fui com o meu maridão, e foi uma delícia, a coisa chata é que bebemos pacas e no final da noite perdi a carteira. Pois é, fiz xixi na rua e tudo o mais a que tenho direito, a bolsa aberta no meio das risadas e desvarios, foi-se e o que mais me doeu foi perder os documentos das crianças tirados enquanto eram ainda bebês, uma pena.

Não fui trabalhar na segunda-feira pra correr atrás de fazer matrícula sem nenhum documento de identificação, nosso país é por demais burocrático, não vejo a hora que as informações sejam todas digitalizadas e todos sejam identificados somente pelas impressões digitais, quando isso acontecer, acabou o tormento de ter que ficar carregando papel e cartões pra todo o lado, não dá pra ser muito rock'n roll desse jeito, não combina.

Essa balada foi muito louca, num lugar sem molecada, dessa vez estávamos entre os mais jovens, o que foi meio estranho, mas não deixa de ser confortável. Percebi que balada de gente mais velha é muito diferente mesmo, acho que vou ter que me adaptar, na verdade pela idade, isso já deveria ter acontecido, mas sempre fui imatura e pelo jeito ainda não passou. O pessoal mais velho é muito menos louco, os mais loucos da balada éramos nós, e isso foi engraçado, esse negócio da carteira é que foi sacanagem, foi o preço que pagamos pela loucura e foi alto demais. Meu marido quando bebe vira outra pessoa, e embora seja um pouco assustador, é excitante, adoro esta outra pessoa dele, não tem jeito, amo cada pedacinho, só de falar já me dá uma coisa quente lá embaixo, oh paixão meu Deus!

Vou estudar de manhã e trabalho de tarde até a noite, meus filhos ficarão com a minha sogra, então não cuidarei mais das lições de casa, dos cursos, da comida,  de nada. Meu filho já está sentindo minha falta eu acho, ele reclama da pegação no pé, mas prefere que eu esteja junto para que consiga estudar, é como eu, funciona melhor sob pressão.
Agora só os verei na hora de pô-los na cama, e isso se conseguir chegar muito rápido em casa, serão meses estressantes, mas estou excitada e cheia de entusiasmo. Quem vem comigo?




sábado, 8 de setembro de 2012

Um sábado sem elogios

Agora começo a ficar cansada dessa babação, é a falta de retorno o que me irrita. Queria mais elogios, mais olhares esguios, mais mãos bobas, mais.
Parece que quanto mais sinto mais quero de volta e menos tenho, isso é um círculo chato, isso sim.
Tudo bem, ele continua sendo uma boa escolha, tenho certeza, mas nada é perfeito não é? Só quando estamos muito apaixonados, ainda estou, mas a realidade... a merda da realidade.

Tenho dezenas de coisas pra falar, mas nada que se possa contar, é, segredos meus caros, a vida também é cheia deles.

Ok, como não há nada de excepcional que se possa falar, quem sabe um pouco de sexo pra deixá-los felizes?!
Tenho pensado nisso últimamente, talvez algo assim meio incosequente, do jeito que mais gosto na verdade, vou trabalhar nessas linhas sujas, molhadas e sadias, quero vê-los duros, quero vê-los loucos, não há coisa que goste mais do que suscitar tesão nas pessoas. Fazer o que, não sou nenhum nobel de literatura nem ciência, gosto de dar tesão nos outros ué?! É o que sei fazer, acho que tenho um certo talento pra isso. Sabe quando você consegue dar tesão no outro só com o olhar? Então, é disso o que falo, você olha o sujeito desconhecido, em qualquer lugar, de longe mesmo, segura o olhar e mostra pra ele suas intenções, ali, sem percorrer seu corpo, nada, apenas com o olhar parado, e ele entende, sabe tudo o que você gostaria de fazer...
Ahhhh, adoro!
Volto com isso, volto logo.

E enquanto estou aqui escolhendo uma bela imagem pra entender este post, ele está lá na cozinha fazendo sushis, as crianças brincam felizes no playground, e eu ainda tento organizar meus sentimentos, ora feliz e satisfeita, ora insegura e nem sei o que mais... Tenho vontade de ir lá e abraçá-lo por trás, beijá-lo na nuca e dizer o quanto o amo, mas de novo? Ainda esperando pelo mesmo, vocês me entendem?


sábado, 1 de setembro de 2012

O presente

Ele veio sem dizer nada, nem uma palavra sequer, um olhar profundo, mas arredio, um silêncio intrigante junto a uma gentileza, um cavalheirismo discreto e me deixou louca.
Fui até ele, numa viagem alucinante que mudaria minha vida. Esperei que ele dormisse e me deitei ao seu lado, assim, como um presente. Ele acordou num susto, me olhou com aqueles olhos sublimes e aceitou o presente com prazer. Me beijou como um menino, usou suas mãos como um homem, me fez sentir tão linda e tão única como nunca antes.
Dormi longe dele e na manhã seguinte cheia de vergonha, desviei meu olhar. Fiquei ali discreta fazendo um almoço na pia da cozinha, ele veio sempre calado, postou-se ao meu lado e me ofereceu ajuda com a louça, numa voz calma, baixa, um sorriso tímido e uma vontade explícita de estar ao meu lado. Fiquei à vontade na hora, encantada com a força de caráter daquele homem tão meigo.

Hoje ele ainda esta lá, sempre calmo e solícito, me espera na cama, me recebe sempre lindo, sempre doce, sempre bem.
As vezes duvido dele, as vezes sinto um medo muito grande de perdê-lo, de não ser verdade, de simplesmente não tê-lo mais. Nessas horas eu choro, não saberia viver, não ía mais querer, nunca mais teria um homem assim ao meu lado porque ele é único.

Quando tudo começou, não tinha idéia de que seria algo tão avassalador, não parecia que seria, sempre foi devagar, sempre foi suave. Fui viajar para fora do país, desprezei o que sentia e o que ele me dava, achei que minha vida não teria prejuízo algum. Mas não durou muito, fiquei fora durante apenas um mês, ele sempre esteve em meus pensamentos por mais que eu não quizesse ver.
Quando voltei ele me esperava no aeroporto, abriu os braços, me recebeu num abraço longo e dolorido de quem esperou por mais tempo do que estive fora. Pedi que ele mudasse minha vida, ele apenas sorriu e concordou.
Sou louca, sou intensa, sou volúvel, sou tudo o que ele não é, e ainda assim ele me ama.

Quando a felicidade chega... dá medo, porque é difícil acreditar.
Eu desejei tanto, rezei e sonhei, até que ela chegou, foi como num sonho.
Agora ele está lá, quente e real, ainda me espera na cama, e toda noite me dou pra ele como um presente.