sábado, 1 de setembro de 2012

O presente

Ele veio sem dizer nada, nem uma palavra sequer, um olhar profundo, mas arredio, um silêncio intrigante junto a uma gentileza, um cavalheirismo discreto e me deixou louca.
Fui até ele, numa viagem alucinante que mudaria minha vida. Esperei que ele dormisse e me deitei ao seu lado, assim, como um presente. Ele acordou num susto, me olhou com aqueles olhos sublimes e aceitou o presente com prazer. Me beijou como um menino, usou suas mãos como um homem, me fez sentir tão linda e tão única como nunca antes.
Dormi longe dele e na manhã seguinte cheia de vergonha, desviei meu olhar. Fiquei ali discreta fazendo um almoço na pia da cozinha, ele veio sempre calado, postou-se ao meu lado e me ofereceu ajuda com a louça, numa voz calma, baixa, um sorriso tímido e uma vontade explícita de estar ao meu lado. Fiquei à vontade na hora, encantada com a força de caráter daquele homem tão meigo.

Hoje ele ainda esta lá, sempre calmo e solícito, me espera na cama, me recebe sempre lindo, sempre doce, sempre bem.
As vezes duvido dele, as vezes sinto um medo muito grande de perdê-lo, de não ser verdade, de simplesmente não tê-lo mais. Nessas horas eu choro, não saberia viver, não ía mais querer, nunca mais teria um homem assim ao meu lado porque ele é único.

Quando tudo começou, não tinha idéia de que seria algo tão avassalador, não parecia que seria, sempre foi devagar, sempre foi suave. Fui viajar para fora do país, desprezei o que sentia e o que ele me dava, achei que minha vida não teria prejuízo algum. Mas não durou muito, fiquei fora durante apenas um mês, ele sempre esteve em meus pensamentos por mais que eu não quizesse ver.
Quando voltei ele me esperava no aeroporto, abriu os braços, me recebeu num abraço longo e dolorido de quem esperou por mais tempo do que estive fora. Pedi que ele mudasse minha vida, ele apenas sorriu e concordou.
Sou louca, sou intensa, sou volúvel, sou tudo o que ele não é, e ainda assim ele me ama.

Quando a felicidade chega... dá medo, porque é difícil acreditar.
Eu desejei tanto, rezei e sonhei, até que ela chegou, foi como num sonho.
Agora ele está lá, quente e real, ainda me espera na cama, e toda noite me dou pra ele como um presente.







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