sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Depilação

   Então escrevi, e olha que foi um parto, meu momento não é de falar sacanagem, até gosto se alguem colocar uma pilha, mas quem? Pedi ajuda aos amigos, todos têm fantasias sexuais mas ninguém fala!! O vergonha besta, não me conformo com a caretice alheia. Enfim, tem que sair tudo da minha cabeça e pra falar a verdade, tenho sentido certa dificuldade de escrever, simplesmente porque me falta técnica, estudei muito pouco, não terminei a faculdade de jornalismo, fiquei anos voando sem escrever nada, ferrou, agora com a prática deve melhorar um pouco, além da leitura periódica, mas não dá pra fazer milagre, sou mãe de dois filhos pequenos, meu marido me pressionando pra fazer algum concurso público e meus chefes me pressionando para aprender inglês e alcançar a fluência o mais rápido possível. Sinceramente, não sei por onde começar, fora a pressão pra estar sempre linda, em forma, sem celulite, coxas duras, bunda dura, ai que saco!! Outro dia um amigo me cobrou as unhas, desde que parei de voar quero que minhas unhas se lixem sozinhas, eu roo é claro, ele me disse que os homens reparam muito nessas coisas, que por vezes chega a ser eliminatório. Que se dane, pensei, mas o problema é que desconfio que meu marido é bem desse tipo de homem, a diferença é que ele não reclama, não das unhas pelo menos.

   Não adianta, texto erótico tem que sair sem pressão, se não sai essa coisa meia boca, não fode nem sai de cima, literalmente.

   Mas pensei em postar novamente um texto que escrevi ainda na época da faculdade, tinha vinte anos, foi o primeiro erótico que escrevi, e fez um imenso sucesso quando o postei neste blog antes de achar que não devia escrever mais e acabar com tudo.
Então lá vai, aos que já o leram, matem a saudade:

Depilação

   Falavam ao telefone animadamente sobre a viagem no final de semana seguinte, ficariam na casa de praia da ruiva que falava com a amiga morena, mais cinco colegas da classe estariam lá, apenas meninas, todas com dezoito anos. Conseguiram convencer os pais preocupados, seria legal, sete meninas divertindo-se entre dias na praia e noites na praça tomando sorvete, nada de mal, conversavam sobre as mochilas já arrumadas, ansiosas compraram as passagens de ônibus com antecedência, tudo pronto quando a morena perguntou:
   _Já fez depilação?
   A ruiva não havia feito, sendo assim apressou-se em desligar para marcar hora no salão, este, conhecido pela higiene e delicadeza das atendentes, era concorrido, a ruiva então teve que insistir, teria que ser naquela tarde, pois viajariam a noite. Conseguiu um encaixe, a moça conhecida não estava disponível.
    _Pode ser qualquer uma então!
   Marcou com uma outra qualquer com agenda menos apertada. Tomou banho, gostava daquele sabonete de bebê, não usava perfume ou desodorante, preferia ficar com aquele cheirinho de nenêm que fazia sucesso entre os meninos da escola, pensou satisfeita em como era gostosa, uma ruiva de cabelos longos, seios fartos, quadris de mulher feita e cheirinho de bebê, "se fosse homem ficaria louco por mim, se fosse mulher ficaria louca de inveja", sorriu maliciosa. Colocou um vestidinho largo e curto que fora feito pela mãe, azul turquesa com flores miúdas e cintura marcada, calçou sandálias baixas de couro cru, penteou os longos cabelos vermelhos e nos lábios somente saliva.
   Já no salão, teve que esperar um pouco, estava bem cheio, mulheres de todos os tipos e idades, folheando revistas velhas, entediadas procurando não olhar umas para as outras, colocando nos rostos um ar de desinteresse pela aparência alheia.
   Enfim fora chamada, levantou-se puxando o vestido entre as nádegas arrebitadas causando um certo desconforto entre as mulheres que aguardavam, tinha consciência de sua beleza e sensualidade, jogou a cabeça para o lado tirando os cabelos ruivos do rosto, fazendo-os pousar sobre os ombros redondos e muito brancos.
   Sua cabine era a número seis, entrou, não havia ninguém, esperou e no instante seguinte a atendente abriu a cortina de plástico azul escuro, pôs a cabeça pra dentro e falou:
_Vai fazer o quê?
_Meia perna, virilha e ânus_disse ela.
_Então tire o vestido e fique de sutiã e calcinha_ saiu dizendo que ia buscar a cera, fechou a cortina atrás de si. A ruiva tirou o vestido e as sandálias, colocando-os num banquinho próximo para isso, deitou-se na maca sobre um papel pardo que fazia barulho, não tirou o sutiã nem a calcinha brancos de algodão. A atendente então entrou no cubículo fechando a cortina, trazia na mão uma espécie de panela cheia de cera quente, ligou o ventilador sobre a maca e isto fez os pêlos das pernas da ruiva se arrepiarem e seus cabelos voarem.
   A moça era uma morena grande bem acima do peso, seios imensos que faziam os botões do guarda-pó branco quase estourarem causando certa aflição, mãos grandes e unhas bem feitas, bonita como toda gorda é, cabelos pretos e longos presos por um pequeno lenço branco, muito objetiva e bastante seca falou:
   _Com esta calcinha enorme não vai dar! Melhor tirar!
   A menina então perguntou:
   _ O sutiã esta me apertando...posso tirar também?
   A moça gorda deu de ombros como resposta, então a menina tirou, e seus seios pontudos e duros de menina-moça pularam livres e se espalharam em direção as axilas. O ventilador sobre o corpo nú deu-lhe um calafrio e os bicos grandes e rosados se entumesceram, com as duas mãos tirou a calcinha sem se sentar, apenas levantando os quadris, deixando que a atendente visse o belo triângulo de pêlos ruivos e cheios.
   Em silêncio passou a cera em uma das pernas e começou a dolorosa operação, arrancando a cera rapidamente quando estava quase fria, fazendo a menina dar um gritinho de dor, então em seguida ela passou as mãos gordas e macias sobre suas pernas para acalmá-la, esfregando-as com vigor.
   A menina então, acostumada que estava, virou-se de lado, frente para a moça e tudo recomeçou, de lado, costas para a moça e novamente a cera quente nas pernas roliças, virou-se de bruços e assim as pernas estavam prontas.
   Ela estava agora deitada de costas, a moça falou:
   _Abra bem as pernas encostando as solas dos pés.
   E ela o fez, ficando assim, aberta, agora com toda a vagina exposta, os pêlos ruivos em confusão. A moça delicadamente passou a cera quente na virilha direita, esperou alguns segundos assoprando bem de pertinho para que esfriasse e arrancou, desta vez doeu mais que antes e a menina gemeu alto, a moça então deu alguns tapinhas na virilha quente com a mão úmida de suor, e seus dedos roçaram o clitóris levemente fazendo a menina fechar os olhos e gemer baixinho, desta vez entregando-se a sensação.
   A moça sempre séria, rosto fechado, impassível, passou a cera na virilha esquerda soprando cada vez mais perto, e fez a menina sentir dor para então fazê-la gemer com seus tapinhas descuidados roçando-lhe o clitóris atrevido.
   Pediu que ela se virasse de bruços e perguntou:
   _Seu biquíni é fio dental?_ a menina meio ofegante respondeu-lhe que sim.
   _Então temos que depilar BEM esta parte. Segure sua bunda com as mãos e abra! Não solte, pois a cera irá grudar!
   A menina segurou e abriu as nádegas como lhe fôra ordenado, deixando que a moça visse o círculo pequeno e peludo.
   _Nunca vi um cú com pêlos vermelhos assim!
   A menina enrubesceu e perguntou meio ofendida:
   _É feio?_ ao que ela respondeu apenas "não", secamente.
   Passou a cera quente naquela parte sensível, e o ânus apertou-se involuntariamente reagindo ao calor, aproximou o rosto e assoprou, como se o ventilador não fosse o suficiente, depois puxou a cera com força.    Os olhos da menina encheram-se de lágrimas, a moça fez um carinho com sua mão suada e fresca e a menina se acalmou, mas disse que ainda estava doendo fazendo denguinho, a moça sempre séria, baixou a cabeça e lhe deu uma boa lambida, a menina estremeceu,  apontou-lhe então o dedo indicador e disse a ela:
   _Chupe-o!
   A menina obedeceu e chupou o dedo com vontade, molhando-o com saliva, a moça tirou-o de sua boca e introduziu-o no ânus lentamente fazendo movimentos de vai e vem. A menina gemia e sua vagina ficou brilhante do líquido que escorria da pequena abertura, a atendente então enfiou o outro dedo na vagina, fazendo-o com habilidade e agora movimentava a mão penetrando-a duplamente, suavam as duas, a gorda e a ruiva. A menina respirando fundo mexia o bumbum arrebitado e branco ao ritmo de sua mão, que foi ficando cada vez mais rápido e forte, entrando fundo, até que com um gemido sufocado ela gozou, fazendo uma mancha úmida no papel pardo sob seu corpo. A atendente meio rude retirou os dedos, enxugou no guarda-pó, fez uma anotação em um pequeno papel e entregando-lhe disse:
   _Faça o pagamento no caixa na sua saída, meu nome esta nesse papel, se gostou dos meus serviços, quando vier novamente é só marcar hora no meu nome_ dizendo isso saiu,  fechando a cortina atrás de si.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O encontro

   Ela estava andando rapidamente pela calçada, estava com uma roupa de trabalho, camisa branca e terninho cinza chumbo, saltos pretos, cabelos presos num rabo de cavalo comportado. Chovia ainda, tinha acabado de quase desabar o mundo numa chuva muito forte, tudo molhado com pingos grandes que sobraram lá de cima, molhando seu cabelo e enrolando ainda mais, deixando seu "rabo comportado" bastante desgrenhado.  Estava ansionsa, marcou um encontro com um desconhecido total,  por isso fez questão de um local público, garantindo um pouco de segurança. Ela o encontrara por acaso, estava falando com seus amigos de sempre e ele em algum lugar só prestando atenção, um dia se manifestou e disse olá, que gostaria de conhecê-la, apresentou suas fotos e amizades, descreveu-se humildemente e conquistou sua confiança. Ela se abriu toda, após alguns meses de papo diário já falavam obscenidades e papos sérios,  se divertiam durante o trabalho. Ela sempre disse a verdade,  no caso dele não tinha como saber, mas sua experiência lhe dizia que ele era especial, que podia confiar nele e foi assim que acabou indo para aquele lugar.

   Entrou na lanchonete abafada e com muita gente, todos tentando se livrar da chuva lá fora, não havia mesa para poder se sentar, olhou ao redor vendo se o reconhecia, não o encontrou, pediu uma água no balcão e bebia enquanto aguardava. Soltou os cabelos bagunçados e molhados, queria estar bem para não decepcionar o seu amigo virtual, não mandou-lhe muitas fotos, mas sabia quando estava linda e quando estava um horror, naquele momento estava um horror. Então ela o viu, encolheu-se toda atrás de uma pessoa, por um momento se arrependeu de estar ali, queria apenas observá-lo sem ser vista. Ele não era muito alto, só um pouco mais do que ela, estava com roupa de trabalho também, terno cinza claro e camisa rosa, ela adorou, embora fosse inadequado para a chuva, mas quem não estava inadequado agora?
   Ele tinha menos cabelo do que parecia nas fotos, a calvíce aparecia um pouco, não havia barriga, o que lhe pareceu bom, estava com um semblante tenso e ansioso, ela sabia porque. Olhou mais um pouco tomando coragem e foi até ele.

_Oi, você é o Rafa? Eu sou a Bia. _ estendendo a mão.
Ele a apertou surpreso, olhando pra ela com um certo sorriso.
_Oi! Você já chegou! O Metrô estava lotado, fiz você esperar?
_Não, acabei de chegar.

   Eles acharam um lugar vago para se sentar, foram até lá, ambos fazendo um certa cerimônia, ele inclusive puxou a cadeira para ela, estava tentando ser cavalheiro como sabia que gostava. Ela gostou, mas sabia que era algo que acabaria após o primeiro encontro.
   Conversaram amenidades num primeiro momento, não foi fácil o início, não era tão fluente a comunicação quanto experimentaram pela internet, eles estavam envergonhados e nervosos.
   Pediram então uma bebida mais quente, só pra relaxar, beberam e foi melhor, depois de algum tempo já estavam rindo com certa facilidade.
   Ela olhava pra ele e tentava encontrar o que a fizera se soltar tanto, falar tanta bobagem e sentir tanto tesão, ele não era muito bonito, mas era muito inteligente e ela só precisava disso para ser quem é, para se sentir segura.
   Ele olhava pra ela e tentava encontrar o comentário certo para fazê-la rir, vendo aquele belo rosto envergonhado ficava ainda mais ansioso, sabia que aquela mulher escondia uma mente sensualíssima, capaz de dizer coisas que o tiravam do sério, não queria desapontá-la.

   Com seus seios redondos apertados na camisa branca que a deixava tão sexy, ele a olhava e lembrava do quanto já tinha beijado aqueles peitos em pensamento.

   Ele com a camisa rosa entreaberta depois de dois drinks, deixando-a ver os pelinhos escuros e poucos, fez com que ela se lembrasse de uma foto dele na praia, belo e bronzeado e lembrou-se também dela mesma se masturbando e pensando nas coisas que ele lhe disse.

  Começaram a se olhar com mais intensidade, os joelhos se encostando e se roçando na lânguida embriaguez, foi então que ele lhe disse:
_Vamos para a minha casa, fica perto daqui.
_Mas já?!
_Já o quê?
_Se eu for pra sua casa, com certeza vamos transar, não sei se quero já.
_Hmm, entendo, então vamos fazer assim, nós vamos pra lá e não transamos, o que vc acha?
  Ela pensou que ele só podia estar brincando, ficou excitada com a brincadeira e topou.
_Ok, então esta combinado.
  Chegaram no apartamento dele, era apertado e estava um verdadeiro caos.
_Faz tempo que você não recebe ninguém aqui?
_Não, na verdade meus amigos vêm aqui sempre.
Homens, sempre fingindo que não entendem a pergunta.
Ela tirou algumas roupas do sofá e sentou-se, estava com vontade de dançar algo suave e lento, deve ter sido a bebida que a deixou assim, pensou, e ficou lá esperando pra ver o que ele faria.
Ele sentou-se ao seu lado e disse:
_Você fica linda quando esta assim meio "altinha"_passou a mão em seus cabelos, ela fechou os olhos e aninhou-se na hora.
_Estou com sono, não deveria ter vindo pra cá.
_Porque não? Podemos dormir.
_Podemos?
_Sim, venha aqui comigo!
Levantaram-se, ele puxando-a pela mão, entraram no quarto, estava pior que a sala, ele nem ligou, jogou as roupas no chão, afastou as cobertas e disse-lhe:
_Pode se arrumar se quiser, vou tomar um banho se não se importa.
_Hã... ah, claro que não.
Ele a deixou sozinha, ela ficou parada por um momento, um tesão maluco crescendo dentro dela, uma sonolência quente, tirou as roupas rapidamente, foi até uma das gavetas dele, achou uma camiseta grande, colocou-a. Pensou que seria uma boa idéia um bom banho também, mas não se atreveria, aí também já era demais!

   Demorou um pouco, e quando  voltou ela estava sob as cobertas, ressonava encolhida e quentinha. Ele com a toalha enrolada na cintura, ficou olhando pra ela, estava tão feliz que foi com calma até a gaveta de cuecas, pareceu-lhe que já havia feito isso muitas vezes, eles eram tão íntimos que ele a viu como sua mulher, uma mulher que nunca tocára, mas cuja alma conhecia e adorava.
   Deitou-se ao seu lado e ficou bem perto sentindo sua respiração, acariciou seu rosto e desceu a mão até os seios redondos que o deixavam tão duro, fez movimentos circulares com os dedos, desceu até sua barriga acariciando-a bem ali, uma vontade enorme de sentir a umidade dela, só sentia o calor que parecia incendiar a sua mão.
Ela abriu os olhos sonolentos  e sorriu pra ele dizendo:
_Traz seu pau aqui pra mim, quero te chupar.
Ele sorriu e disse:
_Claro querida, tudo que você quiser.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Inverno interior

Ouvindo "November Rain", propício para o dia de hoje, chove muito e estou meio melancólica aqui no trabalho, são 19:49, ainda tenho muito tempo pela frente. O pessoal daqui esta descontente comigo, tudo porque tem uma mulher mexicana que andou reclamando de mim, uma chata que fala rápido demais, depois disso fiquei chateada e agora odeio isso aqui, sou temperamental né, já sabem, além do mais uma de minhas colegas fala mal de mim também, a coisa engraçada é o comentário do meu filho "ela tem ciúmes de você mãe, porque você é bonita!". Lindo o meu filho, mas não há o que ser dito de mim gente, trabalho tão quieta na minha, mal falo com ela, será que é por isso?

Outro dia eu quase me separei do maridão, nem me perguntem porque, por nada na verdade, só saco cheio mesmo, muita briguinha todos os dias, não aguentamos, daí ele fez as malas e eu abri a porta, mas não deu, fechei a porta chorando e ele voltou com a mala para o quarto, nos beijamos e desistimos. Acho que é amor de verdade, mas ando muito afim de paixão, aquele fogo, loucura, sexo selvagem e romance, saudade de tudo isso.

Estou ficando no ponto pra escrever um erótico, da pra ter um pouco mais de paciência?

Tá ficando gelado, acho que vou entrar no meu iglú, será que alguém sentirá falta de mim?
Não, vou fazer um erótico antes, assim ao menos as pessoas não me abandonam, sempre esperam por mais sexo, vou dar-lhes sexo então.

Ok, meu próximo post será quente, ou não me chamo lu.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O olho de Deus

   Não consigo esquecer, não posso e não quero esquecer algo fantástico que aconteceu comigo e que está mudando tudo.

   Estávamos eu e o meu marido a bordo do navio fazendo o cruzeiro, navegávamos na região de Abrolhos, conhecida pelas baleias que vivem lá, sempre foi um sonho poder vê-las, e naquela noite deixamos as crianças irem dormir na cabine dos meus pais e fomos curtir a noite animada e fresca.
   Passeando no andar mais baixo a que tinhamos acesso, num longo deck que contornava todo o navio, num determinado momento nos debruçamos e ficamos encantados olhando o mar, noite escura e o mar calmo, mas havia sim ondas e balanços. Estávamos muito maravilhados com aquela imensidão, eu não conseguia desgrudar meus olhos daquele mar, vez por outra via nuances, sombras e contornos do que parecia ser algum peixe enorme que só mostrava uma pequena parte do dorso. Fiquei muito excitada com tudo aquilo, e meu marido que usa óculos, irritado e descrente não conseguia ver nada, eu lhe mostrava e ele pouco conseguia ver. Num determinado momento eu lhe disse que podia ver algo como duas baleias, nesse momento ele já ria de mim, mas eu realmente via isso, ainda que mal acreditasse em mim mesma, no dia seguinte já no Rio de Janeiro, após o café da manhã o comandante avisou a todos pelo sistema de auto-falantes que duas baleias estavam visíveis do lado direito do navio, soube na hora que eram elas, as mesmas que eu tinha visto nesta noite.

   Ele não parava de falar, nem sei o que dizia agora, percebia as coisas que estavam acontecendo ali, tudo o que eu estava vendo e ficava cada vez mais concentrada tentando entender o que via. Foi quando eu vi o olho, posso dizer isso porque era somente isso mesmo, um olho, grande, redondo e negro, olhando fixamente para mim. Minha barriga abriu-se num buraco profundo onde só havia vento frio, minha respiração parou por um tempo que não sei, não consegui falar nada, não ouvia o que ele me dizia, mas olhei fixamente para o olho que se fazia ver por sobre as ondas, num dorso negro com alguns calos, protuberâncias e pêlos. Dizer que foi forte é dizer o mínimo, minhas pernas ficaram bambas, não consegui comentar, não consegui falar, e só falei sobre isso com meu filho ontem, enquanto estava no quarto junto com meu marido, que perguntou-me se ela também deu tchau com uma das nadadeiras, eu o ignorei e contei o fantástico para o meu filhote que acreditou em mim logo de cara, meu marido percebendo a seriedade do relato e conhecendo-me um pouco, olhou-me intrigado e não disse mais nada, ainda me pergunto se ele acredita em mim, mas é verdade, por tudo o que me é mais sagrado, é verdade.
   Após a visão, sem conseguir desgrudar os olhos, vi a silhueta escura sob a água afastando-se.
   Foi Deus que olhou pra mim, Deus em forma de baleia, o olho maior e mais lindo que já vi na vida, mas acima de tudo o mais atento olho que já tive sobre mim.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Pernas pra que te quero.

Ontem meu marido me chamou para almoçar no Shopping, fiquei super feliz, descolori os pelinhos das pernocas que ficaram uma delícia, loiras e roliças. Coloquei um short preto e curto, com uma camiseta linda em tons de amarelo, saltinho "nude" e maquiagem bem suave, confesso que fiquei uma gata, daí estou eu esperando o meu amor, me achando. Ele entrou e fez uma cara péssima, deu uma secada nas pernas e disse que o short estava muito curto. Que balde de água fria, fomos mesmo assim, não foi tão bom quanto eu imaginava, acabei me sentindo inconveniente, muito embora estivesse mesmo linda, ele não curtiu nada, e eu também não. Por um momento me senti com inveja das gostosonas, se exibindo por aí sem nenhum pudor, com seus homens orgulhosos de segurarem suas mãos, o meu praticamente ficou com vergonha, e eu envergonhada de tê-lo comigo assim tão pouco pra tanta mulher.

Mas não é verdade, eu não acho isso não, quando foi mais tarde recebi uma amiga em casa, e falando sobre isso fui alertada do valor que tenho, e que o ciúmes é sinal de cuidado muitas vezes, e não somente de medo ou insegurança. Ok, vou ver se vivo com isso, ainda assim queria posar de gostosa de vez em quando, minhas pernas não serão bonitas para sempre, e no alto verão é muito bom exibí-las, melhor ainda com um gato orgulhoso ao meu lado, sutilmente é claro, humildade e beleza = elegância.

Cheguei no trabalho agora, são 18:00, meus filhos ainda estão de férias e as coisas estão indo bem, vou ver se consigo relaxar ainda mais e pegar piscina com eles amanhã, eles merecem, são muito legais.

Comecei a escrever este post mas não saí, queria fazer um erótico e ainda não pintou nenhuma grande idéia, estou lendo Anais Nin mais uma vez, um livro novo, um é mais foda que o outro, é mais ou menos como Nelson Rodrigues, estilos diferentes, mas igualmente impactantes e por vezes trazem um certo desconforto, são essenciais.

Vamos ao trabalho, muita vontade de realizar este ano, está com uma força incrível este 2012, a energia dele é cinco, cinco é um número muito bom.




quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Dia comum

Dei uma olhada em blogs muito bons, e achei um com playlist de músicas. Ler os textos com música de qualidade nos ouvidos não é nada mal... Mas não sei como se faz, ainda chego lá.

Estou no trabalho, 22:05 de uma quarta-feira de muito calor, meus filhotes estão na praia com meus pais, curtindo as férias que ainda durarão muito tempo, sinto saudade deles, mas poder dormir até tarde e ficar vendo televisão no sofá é uma delícia.

Minha inspiração apareceu em alguns momentos de hoje, mas fiquei com preguiça de ligar o computador. Descobri que se tivessemos a facilidade de ligá-lo facilmente assim como a televisão, seria bem mais produtivo.
As empresas de tecnologia estão me devendo mais rapidez no processo, e controle remoto para mudar de página por favor.

Estou entrando em TPM, desta vez comendo que nem uma maluca estou com o humor melhor, antes gorda do que chata, ao menos as gordas transam, as chatas eu acho que não.

Adoro o meu trabalho, mas ele tem um péssimo defeito, me paga pouco. Como melhorar isso? Pedir aumento não rola, outros fazem o mesmo que eu, não poderiam pagar mais só pra mim, esse ano o desafio é manter o padrão de vida gastando menos do que ganho, será possível? Já estou começando a tentar, o primeiro passo é anotar tudo o que se gasta pra tentar alcançar este objetivo, ok.

Também preciso aprender inglês com urgência, meu chefe começa a fazer pressão, e além do mais, não valho nada no mercado só com meu espanhol. O plano é passar um mês estudando no Canadá nas próximas férias, ainda vai demorar, tenho quatro meses de empresa só, será que consigo ficar emocionalmente saudável longe das crianças por tanto tempo? E eles? Ai que medo de me ausentar, mas o sacrifício é por eles também, como dar qualidade de vida sem dinheiro? No mundo capitalista em que vivo isto não é possível.

Estou sem assunto, só divagando, ainda falta uma hora e meia pra eu ir pra casa...

domingo, 1 de janeiro de 2012

Pura magia

Esta um pouco difícil começar este post, ainda muito excitada com a viagem que fiz, que foi sem dúvida muito melhor que o esperado. Acho que sou bastante caipira, transbordo excitação quando falo a respeito do cruzeiro, se fosse vendedora da empresa, venderia muitas passagens, tenho certeza, tamanha minha satisfação.

Já fiz algumas viagens na vida, expecialmente quando voava, estou acostumada com o luxo e a mordomia, ao menos sob o meu ponto de vista, classe média remediada que sou, mas o que vivi nestes sete dias foi mais do que conhecia. Embarcamos e já deliciados com o luxo e delícia de estar a bordo navegando, o mar gigantesco, universo inexplorado e novo para nós que somente o conhecemos na perspectiva da praia, que é a ponta do fio de cabelo desta cabeleira imensa e turbulenta.
Viajar é uma das melhores coisas da vida, se não a melhor na minha opnião, desta maneira era como um sonho, acordávamos e íamos tomar café, variedade de pessoas, nacionalidades, petiscos e entretenimento logo cedo, íamos para a piscina e de lá, desembarcar em alguma praia prevista para o nosso passeio, sempre em algum estado ou cidade diferentes, desfrutávamos das sensações do lugar, belas paisagens, novas culturas e belezas, uma parte do Brasil sendo minuciosamente dissecada através de nossos olhos ansiosos e encantados. Vimos e sentimos um pouco de tudo, o povo africano, guerreiro e lindo da Bahia, as jangadas modernas e ágeis de Maceió, a imensidão fantástica de Ilhéus,  o aconchego elegante e simples de Búzios, a encosta magestosa de Cabo Frio e o mar... ah o mar! Tivemos a exibição de duas baleias simpáticas que nos seguiam desde Abrolhos até o Rio de Janeiro, e isso para mim foi como a prova da existência de Deus, aquelas baleias eram sua imagem e semelhança, minha barriga gelou diante daquele espetáculo, fiquei sem conseguir falar ou respirar naqueles poucos segundos, foi muito intensa a apresentação alegre de Deus para nós.
Ao final do dia, após desbravar tudo o que podíamos, ainda que parados num só lugar, íamos para a "casinha", onde tudo estava em ordem é claro, tomávamos banho e felizes encontrávamos toda a família no jantar, cada um contando como tinha sido o seu dia num daqueles lugares. Melhor que a comida, era ser servida por italianos e indonésios simpáticos, fizemos amizade com esses trabalhadores incansáveis e apaixonados pela experiência de trabalho que tinham, algo difícil, mas invejável.
Após o jantar, havia um show de primeira linha num teatro tão deslumbrante que meu pai uma noite disse sabiamente: "Se o show não for bom, não perde-se nada, pois podemos olhar para o teatro!"
Os shows eram sim muito bons, especialmente quando levado em conta o constante balanço do navio, fiquei pasma ao ver artistas equilibrando-se e movimentando-se perfeitamente em sapatilhas de ponta, patins de gelo, cordas, etc.
Não deixei de curtir nenhuma noite a bordo, depois do sono das crianças saia para a balada local, e encontrava gente muito jovem, meio jovem demais para o meu gosto, e com eles bebia caipirinha e dançava até cansar, dormir e começar tudo de novo no dia seguinte. Um arraso!

Voltamos para a casa descansados e com as baterias totalmente recarregadas, as crianças já falando e querendo voltar para a escola, dá pra acreditar?! E eu indo para o trabalho no dia seguinte, dia 31/12/11, para trabalhar das 16:00 até a meia-noite, feliz da vida, cheia de alegria.

São tantas as impressões, tantos os ensinamentos, que não consegui ainda organizar tudo em palavras, sou uma caipira e estou histérica e apaixonada, com uma vontade enorme de trabalhar mais para conseguir oferecer e usufruir cada vez mais das oportunidades e maravilhas do mundo.

Também gostei muito de ficar fora do ar por este período em que tirei o relógio, deixei o celular em casa e nem ao menos vi televisão, poder desfrutar destes momentos de prazer sem preocupações ou más notícias foi como uma viagem em outra dimensão, num espaço de tempo em que só há prazer, risadas, sol, sotaques, sabores,  natureza selvagem e lições de vida.

Foi mágico.
Essa foto é do meu marido, que acordou as cinco horas da manhã para ver o nascer do sol, num espetáculo que o emocionou.