ela pisca pra escrever zuado
e o que ela quer sempre é dar pro namorado
ela nem liga pras regras gramaticais, o teclado vai suave, vai discreto, vai molhado
tem raiva do ponto final, ela quer doidera, quer que entendam, quer carnaval
música boa, cerveja gelada e o banco de trás bem macio
ela quer se preocupar com o carro ao lado, com o câmbio engatado, com o vidro embaçado
quer descer nua porque ficou muito quente e tudo suado
quer a cortina fechada e o drive-in lotado
quer deslizar as mãos no capô, encostar a barriga na lata fria e empinar a bunda
quer ele chegando gostoso sem acreditar
aquela cena de filme, aquele lugar nada a ver
o medo de abrir a cortina e todo mundo saber
da foda tão boa, mas tão boa, que vão ficar parados sem acreditar
e vão sair dos carros aos poucos e vai todo mundo olhar
aquela gata gostosa, pernas abertas dando ao luar
porque canto gostoso mesmo não pode tapar
a lua que olha e ilumina o que o lugar inteiro veio olhar
e então ela nota num susto que ta todo mundo ali
feliz por estar tudo escuro e não descobrir
a cara safada que esconde um meio sorriso
quando ela se inclina pra baixo ele enfia melhor e bem fundo
percebe que vai gozar diante do mundo
gemendo bem alto porque tá gostoso demais
foder com plateia como os animais.
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