sábado, 4 de outubro de 2014

Madrugada

É tudo assim tão descuidado, não é nada pensado e tampouco explorado, é um impulso fechado, focado em si mesmo, ensimesmado.
É aquela hora de esboço, uma coisa sem gosto, um ímpeto assim.
E vai chegando acanhado, após vinho e platinado, na madrugada, no frio.

Ele vem acompanhado, vem com força, vem carregado de coragem e brio.
E na frieza do branco, sobre a tela o espanto, uma luz tom febril.
Vai na clareza do tempo, que hoje vive presente, sem olhar para os lados,
vai sabendo que errante, deixou de ser vibrante, para ser só mais um.

Então foca de frente, namora as palavras, saboreia o teclado, e molha a buceta,
mas, não fala nada.
É efeito do tempo, da loucura da vida, do passar das horas e do som da TV.
Frustrada ela volta, pro sofá aquecido e espera passar.
Bebe mais vinho e acende mais um, aproveita que é noite, e a noite é só sua, tira uma selfie pra lua.



     

     

3 comentários:

  1. Madrugada de tesão, tensão, mas sem fricção. Nem sempre dá pra dá, né?? Muito frustrante isso, pode crer.

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. ah é, mas não foi esse o caso desta vez, o tesão era de escrever, mas não rolou como eu gostaria. Um beijão Bru.

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