quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

No ônibus

Estava lá no ponto de ônibus, se sentia feia, mal arrumada e caída, estava de camiseta branca velha e calça de moleton cinza, tênis e cabelos soltos um pouco desgrenhados, voltava da escola dos seus filhos, após a correria do dia a dia, almoço, uniformes, banhos, escovar os dentes, etc. Sem carro no momento, ela já estava cansada dessa rotina, não lembrava mais de si mesma, não tinha tempo e nem vontade de se arrumar, aos finais de semana, ver as pessoas saindo tão arrumadas e contentes a deixavam com alguma vontade de fazer o mesmo, mas como? Filhos pequenos dormindo no quarto ao lado, grana curta e um marido que embora jovem vivia cansado, nunca lhe fazia um elogio e jamais propunha algum divertimento.
Assim que o ônibus chegou ela subiu aliviada, estava cheio mas ao menos podia ir pra casa descansar um pouco finalmente, ela ficou entre as pessoas segurando em pé, alguém encostou-lhe a mão e a chamou, ela olhou para baixo e viu um homem jovem perguntando se queria que segurasse sua sacola, ela bem deixou, estava tão pesada, acabara de passar no sacolão e levava frutas para casa. Agradeceu e entregou a ele, que sorriu solícito. Ela olhou para ele distraidamente, cabelos castanhos claros e lisos, estavam ainda molhados de banho, era óbvio, ele parecia tão cheiroso, de camisa azul e calça social cinza, sapatos pretos, arrumado para trabalhar ela concluiu. Ele pareceu ter sentido o olhar dela, virou o rosto em sua direção e lhe deu uma boa olhada parando na única coisa que parecia feminino nela, os seios, tão pequenos e sinceros.
Ela percebeu e ficou intrigada, porque será que ele lhe olhava os peitos assim? Estava tão feiosa de camiseta larga e sem graça, ele lhe parecia tão bonito, tão jovem e atraente, do tipo que só pega ônibus porque é mais prático que pegar trânsito com algum carro bacana, ela podia vê-lo na balada ao lado de belas garotas, todas com a depilação sempre em dia, unhas impecáveis e cabelos lisos, muito diferentes da mulher que ela era... mas ele não parava de olhar! E eram os peitinhos dela que ele admirava. Ela sentiu vontade de estar com um sutiã que lhe valorizava mais, vergonha de tê-los tão pequenos.
Subitamente ele se levantou, pediu licença e sorrindo lhe entregou a sacola novamente, ela agradeceu educadamente e se manteve em pé, deixando que uma senhora mais idosa se sentasse no lugar vago.
Percebeu que ele postou-se um pouco atrás dela, ele era alto e ela podia sentir a respiração próximo a sua nuca, tentou dar um passinho pra frente, mas era impossível. Sentiu que ele encostava o pau meio firme demais em suas costas, logo acima da curvinha do bumbum, e sentiu também um perfume masculino muito bom que ele usava, se deixou levar, imaginou que era uma loucura pensar que havia algum interesse por parte dele, imagine, um homem tão bonito! Mas ele estava ali, olhava tanto para a nuca dela, respirava em seu cangote profundamente, e no balanço do ônibus ela podia sentir algo muito duro ali atrás, então ela não aguentou, olhou feio pra ele, meio que perguntando o que ele queria. Ele a olhou cheio de desejo, os olhos com aquelas pestanas pesadas e disse susurrando: _ "Você é linda."
Aquelas palavras foram como sinos em seus ouvidos, ela se sentiu tão linda quanto ele lhe disse, e não pôde deixar de olhar pra baixo, pra si mesma. Ele a acompanhou e novamente parou em seus seios, ela enrubesceu e olhou pra ele, que disse: _"Eles são lindos." Dizendo isso, ele roçou o pau duro que já estava encostado nela, os dois olharam para baixo e cruzando os olhares sorriram maliciosamente. Ela queria lhe dizer para parar, empurrá-lo e insultá-lo comprovando assim que tinha alguma honra, uma mulher casada, uma mãe, mas era tão bom vê-lo naquele estado de interesse explícito por ela, era algo já tão raro em sua vida, que ela simpaticamente deixou.
Fechou os olhos e arrebitou o bumbum fazendo uma pequena pressão sobre ele, quando o olhou novamente quase sentiu pena do rapaz, o estado em que ele estava era de puro tesão reprimido. Ela sorriu por dentro e percebeu que era hora de acabar com aquilo, pediu licença e passou por ele, não sem antes esfregar-lhe a bunda suavemente. Foi saindo rapidamente, ele ainda tentou segurar-lhe o braço, mas ela não deixou, passou por todos e desceu, ficou na calçada olhando para o ônibus que começava a sair, ele em pé no mesmo lugar, olhando fixamente para ela, com aquelas lindas pestanas pesadas.

Passou a tarde toda pensando naquilo e sentindo-se bem, fez o jantar e foi tomar banho, acariciou os seios pequenos e os achou lindos também. Naquela noite ela serviu o jantar, cuidou das crianças e ao se deitar para dormir ainda estava muito feliz, irradiava beleza e sensualidade dentro de suas roupas velhas, o marido olhava para ela como que intrigado após o sexo forte que praticaram. Não entendia como podia na vida daquela dona de casa comum haver tanta paixão.

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