domingo, 18 de dezembro de 2011

Mergulho em mim.

Deu tudo certo, segui os conselhos do meu amor e parei no primeiro posto de gasolina que vi, era o tal óleo de freio, estava seco. Após colocá-lo no carro, tudo voltou ao normal e fui embora pra casa segura e sem dramas, melhor assim.

Mais um domingo, são 7:22, horário de verão. Ainda não recebi nenhuma ligação, América Latina e Central dormem em paz, ai que coisa boa! Estou com um colega apenas, comendo o chocolate que recebemos em uma belíssima cesta de Natal dada pela empresa, coloquei um vestido velho qualquer e sandálias baixas, adoro o visual descompromissado dos finais de semana, de fato, é como trabalho com maior prazer.

Tenho procurado ficar afastada dos clamores sociais e mazelas nacionais e internacionais, essas que mexem tanto comigo, esta funcionando, nada como o bendito egoísmo para nos deixar com essa sensação de paz, já não sei mais o que é certo ou errado nesta questão, estou quase entregando os pontos.

Eu quero muito ficar mais com meu marido e meus filhos, principalmente com o meu marido que é quem eu menos fico ultimamente,  mas sem entrar no Iglú desta vez, nem vou precisar, estou tranquila agora, não preciso me isolar, apenas me proteger.

Nossa viagem esta chegando, uma espectativa enorme, não poderei postar nada nestes dias, a internet à bordo é caríssima e pretendo gastar somente quando estiver fora do navio, e pouco, bem pouco.
Vai ser engraçado ficar longe de celular, internet e realidade durante sete dias, faz muito tempo que isso não me acontece, a intenção é não ligar nem a televisão. Será que depois vou me lembrar de alguma coisa para poder contar aqui? Parece um mergulho em outra dimensão, algo como um sonho que é fantástico e depois não se lembra de nada. Estou sendo dramática, é a ansiedade, doce e impetuosa companheira.

Passarei a virada do ano trabalhando, ou seja, aqui neste blog. Estou feliz.




Teu bom pensamento longínquo me emociona.
Tu, que apenas me leste,
acreditaste em mim, e me entendeste profundamente.

Isso me consola dos que me viram,
...a quem mostrei toda a minha alma,
e continuaram ignorantes de tudo que sou,
como se nunca me tivessem encontrado.

Fevereiro, 1956

Cecília Meireles
In: Poesia Completa
Dispersos (1918-1964)

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